Crítica | Mentes Sombrias (The Darkest Minds)

Nota
3

Em um mundo apocalíptico, onde uma pandemia mata a maioria das crianças e adolescentes da América, alguns sobreviventes desenvolvem poderes sobrenaturais. Eles então são tirados pelo governo de suas famílias e enviados para campos de custódia. Entre elas está Ruby, que precisa se esconder entre as crianças sobreviventes devido ao poder que possui.

Nessa quinta feira (16) estreia nos cinemas brasileiros o longa Mentes Sombrias, adaptação do livro com o mesmo título escrito por Alexandra Bracken. Na direção da produção, a FOX contratou a diretora Jennifer Yuh Nelson, a sul-coreana tem no seu currículo as animações Kung Fu Panda 2 e 3, com isso, agora em 2018, ela faz a sua estreia num filme live-action.

Nem sempre é fácil apresentar um futuro distópico nas telonas. O grande problema do primeiro ato de Mentes Sombrias se encontra aqui. A apresentação dessa nova realidade, e como ela alterou a sociedade da maneira que conhecemos é feita de uma forma extremamente apressada, criando uma atmosfera confusa e cheia de informações aleatórias jogadas para o público que irá demorar muito para conseguir juntar todas as peças desse quebra cabeça. Em alguns roteiros, essa confusão de informações é um bom elemento narrativo, mas infelizmente, não é o que acontece dessa vez.

A produção começa a ganhar força realmente com a apresentação dos seus personagens. O seu segundo ato é dominado pelas ótimas atuações dos seus protagonistas. A atriz Amandla Stenberg, juntamente com Harris Dickinson e Skylan Brooks conseguem com êxito desenvolver seus personagens e suas motivações. É possível ver o crescimento de cada um deles durante toda a história, e mesmo com os problemas dos roteiros, os melhores momentos do filme são quando eles estão juntos interagindo um com os outros.

Com certeza essa interação entre os jovens é o ponto alto do filme, e para isso acontecer, a direção de Yuh Nelson teve a coragem de fazer disso o ponto essencial da história. Em um roteiro que conta a história de personagens com super poderes, seria muito fácil encher a tela de explosões, efeitos especiais, e fazer disso o centro da história, mas de maneira correta, não é isso que acontece. A verdade é que por boa parte do filme é bem fácil esquecer que esses jovens tem poderes.

O terceiro e último ato do filme acaba sofrendo muito mais pela má apresentação feita do futuro distópico no início da jornada. Com todo quebra cabeça mal apresentado no primeiro ato, será meio complicado para o público entender e até mesmo querer comprar a ideia para uma continuação futura, que talvez só aconteça realmente pelo fato de que é extremamente fácil se importar com esses personagens.

Mentes Sombrias tem um início confuso e que deixará o público sem saber como reagir da melhor forma, contudo, seus personagens bem apresentados, desenvolvidos e principalmente carismáticos conseguem empurrar a história pra frente e se conectar. A pergunta que fica é saber se isso será o suficiente para assisti-los novamente daqui em alguns anos no cinema.

 

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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