Nota
Jackson Maine é um cantor no auge da fama. Um dia, após deixar uma apresentação, ele para em um bar para beber algo. É quando conhece Ally , uma insegura cantora que ganha a vida trabalhando em um restaurante. Jackson se encanta pela mulher e seu talento, decidindo acolhê-la debaixo de suas asas. Ao mesmo tempo em que Ally ascende ao estrelato, Jackson vive uma crise pessoal e profissional devido aos problemas com o álcool.
Nasce Uma Estrela estreou nos cinemas brasileiros nessa última quinta feira (11). O longa é estrelado pela cantora Lady Gaga e pelo astro Bradley Cooper, que também faz a sua estreia como diretor. Para quem não sabe, essa é a quarta vez que essa história é contada nas telas de cinema. A primeira versão foi lançada em 1937, a segunda em 1954, a terceira em 1976, e agora chegamos na versão de 2018. Cada versão tem sua particularidade, apesar de contar com roteiros que se assemelham muito. Na versão de 1976, a cantora que estrelou o filme foi ninguém menos que Barbra Streisand.
Podemos falar que a história de Nasce Uma Estrela é comum com a de alguns outros filmes, onde temos alguém no auge da sua profissão, que encontra uma pessoa que é apaixonada por aquilo, porém nunca teve realmente uma chance de exercer. Ao longo do filme os papéis se invertem e isso causa situações extremas. A primeira lembrança que me veio na cabeça assistindo o filme foi a produção O Artista, de 2011, que conta a história de um grande ator de filmes mudos, que encontra uma jovem que sonha em ser atriz. O grande segredo de transformar um enredo simples em algo grandioso, é a maneira de se contar a história, por exemplo, O Artista fez isso através de um filme mudo em preto e branco, enquanto Nasce Uma Estrela tratou isso em forma de canção.
A primeira coisa a se destacar no filme são as estreias. Primeiramente temos a cantora Lady Gaga no seu primeiro trabalho cinematográfico. O papel de Ally não é dos mais simples de se interpretar. A jovem sonhadora é extremamente insegura com sua aparência, de repente se vê apaixonada por um astro de rock com sérios problemas de bebida, mas ao mesmo tempo que lhe proporciona enormes emoções dentro e fora dos palcos. O crescimento e amadurecimento da personagem ao longo da jornada é incrível, e a cantora/atriz entrega uma performance forte, independente de quando está cantando ou não.
Contudo, existe uma estreia ainda mais impressionante nessa produção. Bradley Cooper vem se firmando como ator desde sua ótima atuação em Sniper Americano, longa que o colocou em um patamar de não ser apenas mais um rosto bonito em Hollywood. Aqui ele tem uma atuação incrível, onde se preocupa com todos os detalhes de voz e trejeitos do seu personagem. Porém, o que chama a atenção é sua estreia como diretor.
Seu trabalho por trás das câmeras é algo que parece ter sido feito por um veterano no assunto. Ele consegue deixar o público flutuando dentro do palco com sutis movimentos de câmera, e sua sensibilidade na hora de encaixar as músicas com as cenas, é premiada numa sequência final de extrair lágrimas de todos na sala de cinema. Ele trabalha muito bem com a câmera se mexendo, mas também tem êxito nos momentos da câmera fixa em zoom para captar o máximo de expressões faciais dos seus personagens.
A trilha sonora composta exclusivamente para o filme é belíssima e consegue misturar vários gêneros musicais. Temos momentos de música country, de um rock mais pesado sem nenhum medo de ser feliz nos solos de guitarra, e também temos músicas mais românticas, que ajudam demais a entender o que cada personagem está sentindo.
Recontar uma história que já foi vista no cinema várias vezes não é fácil, mas o roteiro e direção de Bradley Cooper conseguiram com sucesso inovar a maneira de contar essa história, e mais do que isso, entregam um dos melhores filmes do ano sem sombras de dúvidas, e com certeza, tanto as atuações como a direção desse filme serão lembrados daqui a alguns meses nas indicações dos principais prêmios do cinema.