Crítica | O Doutrinador

Nota
2

Um vigilante mascarado surge para atacar a impunidade que permite que políticos e donos de empreiteiras enriqueçam às custas da miséria e do trabalho da população brasileira. A história do homem por trás do disfarce de “Doutrinador” envolve uma jornada pessoal de vingança na qual um agente traumatizado decide fazer justiça com as próprias mãos.

Baseado na HQ produzida por Luciano Cunha, chega nos cinemas brasileiros nessa quinta feira (01) o longa O Doutrinador, produção nacional que conta a história de um agente da policia que, após uma tragédia pessoal, decide se vingar acabando com a vida dos principais nomes da corrupção no país. Para isso ele começa a agir usando uma máscara e se autodenominando como O Doutrinador.

Como era de se esperar, a produção chega nos cinemas uma semana após as eleições no Brasil já estarem definidas, claro que o filme em nenhum momento gostaria de passar uma mensagem violenta antes mesmo do futuro da política brasileira estar definida. Contudo, alguns poderiam esperar que o filme abordasse o tema da violência e da política de forma mais realista, como por exemplo nos filmes da série Tropa de Elite. Todavia, em vez disso, o que encontramos é a forma mais genérica possível de se tratar do assunto: Políticos rindo a todos momentos por causa das suas vitórias, e um herói usando da violência sem pensar muito nas consequências.

Ao se afastar dessa pegada mais pé no chão, o longa acaba entrando mais num daqueles filmes de ação que assistimos inúmeras vezes no cinema. Pelo menos no ponto de vista de gênero, a produção não fica devendo em nada aos filmes atuais. As cenas de luta são muito bem coreografadas, e apesar de se tratar de um personagem que usa da escuridão ao seu favor, o diretor Gustavo Bonafé consegue deixar o espectador ciente do que está acontecendo nas cenas a todo momento.

Além de uma boa direção, o filme conta também com uma ótima direção de arte, onde é possível perceber os cuidados nos detalhes em todos os cenários, e a preocupação com as cores das cenas, sempre realçando o vermelho, e passando a sensação de suspense a todo instante.

No final das contas, O Doutrinador se destaca mais pelos seus termos técnicos do que pela sua história. Fica a sensação que o tema do ciclo da violência poderia ter sido abordado de forma mais relevante, contudo, temos que lembrar que esse é um filme que tenta mais ser um filme de super herói do que outra coisa.

 

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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