Crítica | Black Mirror: Bandersnatch

Nota
5

“Como um caminho termina não importa, é como nossas decisões feitas pelo caminho afetam o todo que importa.”

Stefan Butler é um jovem programador de 19 anos que acaba tendo a chance de trabalhar para a Tuckersoft, uma empresa que produz jogos de videogame, e, consequentemente, concretiza seu sonho: construir Bandersnatch, um jogo baseado em seu livro favorito. O jogo é baseado no livro de Jerome F. Davis e, assim como o livro, é um mundo de escolhas que moldam um enredo e leva a diversos finais possíveis, mas o que Stefan começa a notar aos poucos é que seu livre-arbítrio está comprometido e talvez tudo passe de uma armação de uma grande empresa, que está controlando tudo que ele faz.

O longa se passa numa Inglaterra de 1984 e tem como protagonista Fionn Whitehead, como o jovem Stefan, e Will Poulter no papel de Colin Ritman, o ídolo de Stefan e que acaba ajudando-o a descobrir as amarras que o prendem, mostrando sobre a existência das várias realidades paralelas e sobre o segredo por trás do PAC. O filme, que tem roteiro de Charlie Brooker e direção de David Slade, possui 150 minutos, divididos em 250 cenas que, juntas, formam as versões do filme, que podem variar entre 40 minutos e 90 minutos.

Os filmes se encaixam e reencaixam, de forma que é impossível rever da mesma forma, já que muitas das escolhas no decorrer da trama acabam alterando o que veremos quando tentarmos mudar o caminho. Segundo a Netflix, o longa possui 5 finais principais, mas, com muito esforço, confesso que encontrei 15 finais (somando os principais e as finalizações rápidas), mas que são tramas bem distintas e que podem levar a finais bem diferentes.

No final das contas, Black Mirror: Bandersnatch é um elogiável e envolvente filme de ficção interativa e vale salientar que, não importa que caminho você escolha, o roteiro de Brooker está o tempo todo jogando na sua cara que isso é Black Mirror, e, como bem sabemos, não existe finais felizes em Black Mirror. O longa, lançado em 28 de Dezembro de 2018, torna-se então sucesso garantido, trazendo para um público mais adulto uma fórmula que já fazia sucesso em seus programas infantis há algum tempo e que parece ter estourado com um impacto ainda maior entre os jovens e adultos.

Está claro que o filme se tornou uma sofisticada obra de arte da empresa de streaming, uma arte que parece ininterrupta, baseada num roteiro extremamente ambicioso e perigoso, com raízes numa realidade que torna o ‘fator Black Mirror’ ainda mais incisivo, ainda mais quando vemos diversas mensagens sobre o quanto existe uma força superior que nos controla e dita o que iremos fazer, o que trás ainda mais genuinidade na crítica social que temos no longa, do quanto a manipulação pode ser perigosa e o quanto o entretenimento nem sempre é o que realmente parece. Um longa de tirar o fôlego que deve ser explorado milhares de vezes, ou, no minimo, até que você consiga ver

“Não são suas ações, estão fora do seu controle, seu futuro foi decidido, não está em suas mãos”

https://www.youtube.com/watch?v=rnrCdi53G7A

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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