Crítica | Batalhas (Battle)

Nota
4

Dramático e sem piadas, Batalhas nos conta uma história em um plano sério, daqueles que nos fazem sentir sortudos por ter um teto, e é indispensável assistir dramas como esse. Amalie (Lisa Teige) é uma jovem rica da Noruega, que tem 0 preocupações com a vida. Ela passa seus dias estudando dança contemporânea em uma importante academia conceituada de Oslo. Com o surgimento de uma pequena oportunidade da parte de um ex-aluno, todas as alunas são informadas que uma delas será escolhida para fazer parte da Companhia de Dança do Malandro. Todas são jovens ricas e bonitas e continuam vivendo suas vidas perfeitas com seus namorados, porém não deixam a oportunidade passar para ficar no topo da pirâmide da acadêmia e ter sucesso como bailarina.

Batalhas é um longa sobre classes que fala como uma garota se adapta a uma nova situação socioeconômica. Convivendo com a falência de seu pai, Amalie vê seu estilo de vida luxuoso desmoronar, assim ela descobre novos caminhos e percebe o quanto as pessoas a sua volta são más. Mesmo explorando um novo estilo e conhecendo novas pessoas, ela se sente envergonhada com o que ocorreu e mente para todos a sua volta, o que não é tão necessário, já que todos passam a promessa de amor e compreensão. A Netflix propõe uma visão extremamente marxista ao expectador, visando problemas de uma garota rica e mimada e como a personagem se habitua na nova situação econômica.

 

O longa mostra duas realidades diferentes, cenários luxuosos e bairros chiques de Oslo. Em seguida, mostra uma outra realidade, o que pode ser chamado de “favela”, um bairro mais carente com pessoas pobres que buscam o melhor todos os dias. Também visa uma outra realidade que é o espaço da academia onde Amalie ensaiava, para o espaço público da cidade onde eles ensaiam hip-hop. O longa traz uma trilha sonora contagiante para o expectador e busca uma conexão com a nova realidade de Amalie, trazendo a faixa Youth, da banda Daughter, como principal faixa da batalha final.

A batalha final trabalha a expressão corporal e uma exposição de sentimentos pelo novo namorado de Amalie. Uma vez que ela não tenha se encontrado no Ballet, o hip-hop foi a fonte para que ela pudesse se expressar e contar sua verdade, talvez tenha sido a chance para mostrar o quão é honesta, começar uma nova vida e se encontrar na sua nova realidade financeira. A grande lição do longa condiz com as situações mostradas pela protagonista, mostrar um pouco da diversidade cultural. Mostrar como ambientes diferentes podem funcionar e fazer com que as pessoas possam seguir com suas vidas e se habituar de alguma forma.

Novas oportunidades são dadas para realmente termos certeza de que houve mudanças durante o processo da nova ambientação, o hip-hop foi uma segunda chance para que o Makiel (Fabian Svegaard Tapia) e Amalie pudessem se apaixonar e viver um dançante amor.

https://www.youtube.com/watch?v=JGPnR4riFh4

Formado em Letras, atualmente cursando Pós-graduação em Literatura Infantil, Juvenil e Brasileira. Sentindo o melhor dos medos e vivendo a arte na intensidade máxima. Busco sentir histórias, memórias, escrever detalhes e me manter atento a cada cena no imaginário dos livros ou numa grande tela de cinema.

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