Nota
“Nunca nos esquecemos das coisas, apenas nos deixamos de lembrar delas.”
Chihiro é uma garota comum, mas, junto com seus pais, ela é obrigada a se mudar para uma outra cidade. Quando estão chegando na nova casa, seu pai decide pegar um atalho que acaba os levando a um estranho túnel, que eles seguem e acabam encontrando um povoado abandonado, o problema é que esse povoado traz muitos mistérios que poderão mudar a vida deles.
A trama começa realmente a se desenvolver quando a garota se separa de seus pais para explorar a cidade e, quando começa a anoitece, encontra Haku, um garoto que estranhamente sabe seu nome e ordena que ela saía da cidade antes que a noite cubra o lugar completamente ou algo muito ruim acontecerá. Neste momento, a garota sai em disparada e encontra seus pais transformados em porcos e, no local onde havia o túnel, agora existe um mar gigantesco. Ela então percebe que esse povoado é uma dimensão paralela e que estão presos naquele lugar.
Chihiro acaba percebendo que está se tornando transparente e reencontra Haku, que imediatamente a socorre e a leva para a Casa de Banhos Termais de Yubaba, lugar onde ela resolve arrumar o emprego enquanto busca um jeito de libertar seus pais e voltar para seu mundo. O problema é que a garota, agora nomeada de Sen, acaba percebendo que tem um apego único com Haku, uma ligação do passado, e isso a faz se meter nos caminhos da poderosa bruxa Yubaba.
É desnecessário dizer que esse filme é uma maravilha, basta falar que é uma produção do Studio Ghibli, ou melhor, das preciosas mãos de Hayao Miyazaki. O longa trata de forma majestosa temas como família, amizade, sobrevivência, amor, fantasia e aventura, uma combinação artística que conquista o telespectador a cada cena e a cada atitude ousada da protagonista. Mas claro que o filme não se limita a Chihiro, Haku e o Yubaba, o que torna o produção ainda melhor são os seus coadjuvantes.
Temos Bô, o filho de Yubaba, que nos surpreende com sua evolução; Kamaji, o homem cheio de braços que, mesmo com uma aparência arrogante, torna-se paternal com a garotinha, Rin, que apesar de não ser humana, mostra ectrema humanidade e acaba sendo a protetora de Chihiro enquanto a treina e orienta; e o Sem Face, um espirito empático que mostra o quanto as pessoas ao seu redor podem te corromper e o quanto uma amizade pode te salvar, outro personagem muito bem desenvolvido, entre tantos outros.
O que menos se espera acontece, afinal, num filme onde vemos Yokais para todo lado, ninguém imaginaria que a maior lição de moral viria de uma humana, a garota que tocou a todos, ensinou a todos e venceu a todos com sua inocência e carinho. Ao final, estamos tão tocados e não tem como negar que ficamos marcados pela trama, que nos ensina muito sobre nossa vida e sobre diversas alegorias do dia-a-dia. Uma animação que agrada a todas as idades e, facilmente, entra no ranking de melhor filme de 2003 (ano em que foi lançado), tendo, inclusive, recebido trinta e cinco prêmios; entre eles, o Oscar de Melhor Filme de Animação daquele ano.
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.