Review | This Is Us [Season 1]

Nota
5

Criado por Dan Fogelman, This Is Us é um recorte da vida cotidiana, um recorte trabalhado para que nós, telespectadores, consigamos perceber a beleza nos momentos mais singelos. Em meio a tantas produções enormes, com universos grandiosos que vão se expandido, This Is Us segue o caminho contrário, buscando representar a vida e todos os desafios de vivê-la.

A premissa da série é basicamente a de contar histórias de pessoas que nasceram no mesmo dia. É assim que conheceremos a vida do casal Rebecca  (Mandy Moore) e Jack (Milo Ventimiglia) que estão grávidos e prestes a receber em suas vidas os gêmeos Kevin (Justin Hartley) e Kate (Chrissy Metz), e ainda tem o Randall (Sterling K. Brown), que nasceu no mesmo dia, mas em situações completamente diferentes e inesperadas.

Juntando 4 histórias bem diferentes, Folgeman, como já foi dito, seguiu o caminho contrário de grandes produções e nos entregou uma série que tem tudo para ser tão grandiosa quanto qualquer outra. Aqui, vemos a química entre os personagens como algo inquestionável, que nos obriga a criar uma relação quase que íntima nos primeiros 40 minutos. E preciso incluir que está série não busca surpreender com plot-twists ou com reviravoltas sem explicação, como acontece com muitas séries dramáticas. Tudo em This Is Us é mostrado através de diálogos e ações, e não se surpreenda caso fique com os olhos levemente marejados quando isso acontecer. E em meio a tudo isso, ainda temos um pequeno – e devastador – mistério, que faz com que não deixemos de acompanhar a série.

Não só de química perfeita entre os personagens e um bom roteiro se faz uma boa produção. É preciso falar das atuações sem defeitos dos envolvidos. E, aqui, incluo todos eles. O Ventimiglia, conhecido por seu papel em Gilmore Girls e Heroes, mostra-nos todo o seu talento e o quanto tem potencial para levar uma série nas costas. Sem dúvidas, ele é o melhor personagem da trama; logo, é impossível não pensar no Jack como um príncipe da vida real que, mesmo com os erros, sempre está buscando melhorar. A Mandy Moore interpreta a Rebecca, o braço direito do Jack. Juntos, eles passam uma naturalidade, uma química incrível. Mesmo com todas as brigas de casal, Rebecca e Jack são a representação de um relacionamento perfeito cheio de imperfeições. É essa realidade presente em This is us, que faz com que o telespectador sente na frente da TV e pense em maratonar a série.

Se enganam os que acham que a série não pode melhorar. Como se não bastasse a relação entre o casal protagonista, ainda temos a relação fraternal entre Kevin, Kate e Randall. Cada um deles enfrenta um desafio, mostrando-nos que a vida adulta não é tão fácil quanto parece, além de acabar com a ideia de que na fase adulta você tem todas as respostas aos questionamentos. Kate enfrenta um problema em relação ao peso, ver-se no espelho não é um opção. Assim, ela encontra Toby, seu namorado, que tenta fazê-la se aceitar. Já Kevin passa por uma crise de meia idade, busca um trabalho que o leve a sério, já que está cansado de ser protagonista de uma comédia americana. Como se não bastasse, ele mostra-se totalmente dependente de sua irmã gêmea e sempre preocupado com a opinião alheia. E, por fim, mas não menos importante, temos Randall e sua família. Aqui, um garoto negro é adotado por um família branca. Independente das circunstância em que cresceu, ele deseja encontrar seu pai biológico.

E pode melhorar? Sim, pode! Toda a série é apresentada de forma não linear. E pode soar confuso? Sim! Pode! Mas duvido que o telespectador não se encontre em meio às passagens temporais em determinados episódios. Enquanto vemos o presente, somos apresentados ao passado para tentar entender o quanto feridas não cicatrizadas influenciam no que seremos no futuro. E o melhor, temos uma visão do presente sem saber os acontecimentos do passado que resultaram naquilo.

Para finalizar, maratonar This is us é o mesmo que ter um choque de realidade no seu emocional. Afinal, é impossível você não se colocar o tempo todo no lugar daquelas pessoas ou naquelas mesmas situações. Essa produção exercita o que mais falta na sociedade: a empatia. O que não dá para esquecer antes de sentar na frente do sofá é: pegar o lenço. Garanto que irá mexer com seu emocional. E isso não é algo ruim.

Universitário, revisor. E fotógrafo nas horas vagas.

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