Crítica | O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos (The Nutcracker And The Four Realms)

Nota
3

“Lembre-se Clara, algumas fechaduras são mais difíceis de abrir do que outras.”

Na véspera de natal, Clara Stahlbaum (Mackenzie Foy) recebe um presente de sua falecida mãe: um estranho ovo com uma estranha fechadura, mas nenhuma chave. Curiosa, a garota procura seu padrinho Drosselmeyer (Morgan Freeman) para desvendar os segredos do curioso objeto e tentar abri-lo de uma vez por todas. Após a breve discussão com seu pai, Clara segue uma das antigas tradições do padrinho e acaba descobrindo um reino mágico e encantador.

Dividido em quatro reinos distintos, o curioso lugar parece guardar segredos sem precedentes. Lá, a esperta jovem descobre que sua mãe foi uma bondosa rainha, amada por todos e que com sua ausência o Quarto Reino entrou em guerra com os demais. Como herdeira do trono, Clara é instruída pela Fada Doce (Keira Knightley) a proteger os reinos das garras da terrível Mãe Ginger (Helen Mirren) e do seu exercito de camundongos antes que seja tarde demais. Mas seria Clara o suficiente para suprimir uma guerra que parece incontrolável? Ou a esperta garota nunca chegará aos pés de sua mãe? Poderia ela trazer paz ao novo mundo que descobriu enquanto tenta achar seu lugar?

Baseado na obra de E. T. A. Hoffmann e no balé musical de dois atos do gênio Tchaikovsky, O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos trás um conto de natal belíssimo e poético tentando reviver um clássico que permeia nosso imaginário. Visualmente, a obra é magnifica a ponto de arrancar suspiros. Seja pelos seus tons vibrantes, texturas bem construídas ou os poderosos cenários, a obra nos faz mergulhar de cabeça em seu mundo encantador e crê que ele realmente é possível. Mas, falta algo essencial no projeto, algo que faz com que tenhamos um pé atrás e corta um pouco do encanto criado pelo visual tão magnífico: falta alma.

Rodado inicialmente por Lasse Hallström e sendo regravado por Joe Johnston, o longa parece ter se perdido no meio do caminho e entrega uma trama óbvia e rasa. Percebemos para onde o filme se encaminha logo nos primeiros minutos e ate mesmo seu plot twist é fraco e sem criatividade. Com personagens fracos que torna difícil um real laço com o público.

A Fada Doce (Keira Knightley) tem uma voz irritante e forçada, mas consegue ainda mostrar uma certa força quando muda seu tom e mostra suas reais intenções. Nada tão surpreendente ou empolgante, mas cumpre seu papel. Mãe Ginger (Helen Mirren) tem uma aparência rachada mas consegue assustar quando precisa, mesmo assim, parecendo perdida na trama e nas voltas que o roteiro da. Ate mesmo o Quebra-Nozes (Jayden Fowora-Knight) parece sem graça. Ele está lá para ser o companheiro fiel da protagonista e só, tornando bastante complicado a motivação de ter seu nome no titulo e sua real força na história.

Mas, se os outros parecem genéricos, Foy brilha em sua protagonista. Clara tem uma pegada da Alice Burtoriana. Inteligente, sagaz e encantadora, a jovem protagonista consegue despertar a empatia do público e conduz bem sua história. Junto com o ratinho, são os únicos personagem que despertam simpatia no publico e nos fazem querer ver o filme ate o seu derradeiro final.

Repleto de um visual exemplar, O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos tenta trazer um clássico memorável mas fica preso a seu estético, esquecendo o pedaço encantador que nos faz mergulhar de cabeça na história que quer ser contada. Belo mas oco, poético mas vazio, o filme tem tudo para ser grandioso mas acaba se tornando comum e esquecível…

“Tudo o que você precisa está ai dentro.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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