Review | Dark [Season 1]

Nota
4

Um garoto desaparece isso inicia uma trama cheia de mistérios e perguntas que envolve o tempo e o espaço, isso é Dark, a série que logo ficou conhecida como a nova Stranger Things da Netflix.

A trama que se desenvolve na cidade de Winden é a primeira produção alemã do serviço de streaming, sua primeira temporada, com 10 episódios, foi lançada em 1 de dezembro de 2017 e logo chamou atenção não só pelas semelhanças com Stranger Things, mas por conta da intensidade do show, que apresenta muitos personagens de uma vez e deixa seu público perdido logo de cara, e é esse o grande problema da série, os personagens.

Com o decorrer da trama, percebemos que a série se desenrola em três tempos: 2019, 1986 e 1953, com isso a série demanda três elencos que se interlacem. Num resumo rápido da situação, temos que ser atenciosos ao máximo para conseguir interligar quem é quem em cada época, para entender o que atos feitos no passado interferem no presente.

O grande astro da história, mesmo que não tendo tanto tempo de tela, é Jonas Kahnwald, o garoto que descobriu o segredo da caverna e começa a tentar entender toda sua vida baseado nisso. Se o fato de a caverna ser um portal que conecta os 3 anos e os  nomes dos personagens não for o suficiente para sua cabeça entrar em parafuso, temos as interligações familiares. Logo fica claro o motivo de a série ter impulsionado a carreira de Louis Hofmann, pois o garoto, mesmo jovem e com pouco tempo de tela, consegue nos marcar, não conseguimos prever suas atitude e impulsos e ficamos curiosos o tempo todo com o que seus atos podem causar, o ator consegue nos fazer ficar ao seu lado explorando todo o mistério de uma forma tão natural que nos colocamos muitas vezes no lugar dele, nos pegando pensando o que faríamos com esse dilema. Andreas Pietschmann é outro show a parte, mostrando a que veio em suas cenas e carregando todo o mistério que seu personagem pede de uma forma natural e fluida.

A medida que a série vai passando vamos entendendo a grande ligação entre os Kahnwald e os Nielsen, e o quanto os Doppler e os Tiedemann interferem nessas conexões, aos poucos vemos um quebra-cabeça se montando, mas temos dificuldade em entender as peças, e isso torna Dark tão extrema: ou você odeia sua complexidade ou você se apaixona por seus mistérios. Ficamos presos a intensa dúvida de quem realmente é o Noah e quais seus objetivos, o “vilão” tem toda uma trama dúbia que nos faz odiar e ao mesmo tempo duvidar de nossa raiva e enquanto tentamos entender o que ele está realmente planejando.

É extremamente elogiável a forma como Baran bo Odar e Jantje Friese conseguiram tratar o roteiro da série, nos dando pequenos ganchos, durante a direção de Baran, para visualizar quem é quem, e deixando pontas soltas na história de uma forma tão sútil e evidente, que acabamos não conectando as pontas antes de eles o fazerem, principalmente quando vemos o grande segredo do paradeiro de Mikkel, que nos é mostrado no início da série, mas não percebemos. E como se não bastasse uma trama bem construída, temos ainda uma trilha sonora harmoniosa, que nos prepara perfeitamente para cada acontecimento, e uma fotografia invejável, que nos leva a lindos e obscuros cenários alemães.

No fim das contas Dark, apesar de toda a sua complexidade e do tempo que demanda entender toda a trama e reconhecer todos os personagens e ligações, é uma série interessante para mergulhar fundo em todo seu suspense, e consegue, na sua finale, nos jogar num incrível vórtice de incertezas que nos mostra que sua, confirmada, segunda temporada virá com tudo para deixar nossa mente ainda mais confusa.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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