Crítica | Meus 15 Anos

Nota
4

Bia (Larissa Manoela) é uma jovem invisível em sua escola, que só pode contar com o Bruno (Daniel Botelho) ao seu lado em todos os seus momentos. Por ser uma jovem reservada, ela tenta esconder ao máximo os pequenos detalhes de sua vida e tudo que ela menos deseja no momento é uma festa de 15 anos.

Depois de um simples passeio no shopping, seu pai, Edu (Rafael Infante), decide inscrever a filha em um sorteio de uma festa de 15 anos sem o consentimento da garota, enquanto Jessica (Clara Caldas) está tendo a ajuda de outras amigas para ter mais cupons de inscrição e, consequentemente, mais chances de ganhar o sorteio, mas a sorte resolve sorrir para Bia, que vence o sorteio e luta para manter o pequeno segredo guardado. Três coisas simples são extremamente necessárias para dar inicio à uma festa de 15 anos: convidados, príncipe e vestido. Bia não tem muitos amigos, então resolve chamar todo o primeiro ano, consequentemente o seu príncipe é seu melhor amigo e o vestido, que vai ser escolhido pela organização do concurso, é o mais belo e capaz de torna-la uma jovem debutante impecável.

Durante os preparativos de sua festa, Bia passou de uma garota invisível para uma garota popular, o grupo mais popular da escola fazia questão de tê-la presente em algumas festividades do terceiro ano, o que levou a um certo distanciamento de Bruno, que tinha alguns projetos com Bia, que foram deixados de lado por conta dos tantos compromissos que a debutante tinha.

Larissa Manoela provou que, em questão de ser uma ótima atriz, muitos subestimavam sua capacidade de atuar em longas, mas ela mostrou que é capaz, o que levou a um destaque maior no projeto. O longa comete deslizes no desenvolvimento de seus personagens e força ao criar uma antagonista, porém acerta na questão de simpatia.

Carregado de clichês adolescentes o longa transita pelo drama e romance, oferecendo poucas coisas novas durante seu desenvolvimento, porém ganha o publico por ser um projeto sensível e honesto ao abordar o universo adolescente. A fotografia do longa brasileiro é encantador, ao usar tons frios que ganham uma boa conexão com os ambientes onde foram realizadas as filmagens. A escolha dos figurinos dos personagens deu uma vida maior ao projeto, sendo um longa adolescente que transita por diversas idades e não deixa o longa muito infantil. O roteiro mesmo com alguns deslizes presentes é algo aceitável, atingindo ao público em questão e desenvolvendo bem as questões de “Crescer Rápido”.

Larissa Manoela cria uma Bia delicada, de forte personalidade e de inquietudes típicas vividas por adolescentes, o filme passa mensagens clichês porém necessárias, lembrando que todos devemos abraçar aquilo que realmente somos e não apenas nos adequar ao que o mundo espera de nós. Crescer rápido pode causar dores, angustia, entre outras coisas, mas viver cada etapa da vida é importante para se ter um verdadeiro aprendizado, que deve ser diário. Mesmo sem sua mãe, Bia foi uma jovem forte e interpretada de diversas formas pelas pessoas na sua escola, porém a jovem aprendeu e abraçou novamente as pessoas que ama.

 

Formado em Letras, atualmente cursando Pós-graduação em Literatura Infantil, Juvenil e Brasileira. Sentindo o melhor dos medos e vivendo a arte na intensidade máxima. Busco sentir histórias, memórias, escrever detalhes e me manter atento a cada cena no imaginário dos livros ou numa grande tela de cinema.

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