Crítica | Amor.com

Nota
4

O amor de um nerd com uma blogueirinha pode dar certo? Como pessoas de mundos tão diferentes podem conseguir se unir? Essas e muitas outras perguntas foram o ponto de ignição para uma comédia romântica tão fofa e brasileira, mostrando claramente que não é só os gringos que conseguem fazer comedia romântica de peso e que toque os corações dos espectadores.

O mundo é feito de diversas versões de Romeu e Julieta, e o longa brasileiro de Anita Barbosa é praticamente um Romeu e Julieta da internet. O que pode acontecer quando uma instagramer de moda badalada e um gametuber pouco conhecido se apaixonam? Muita confusão. De um lado temos Katrina (Isis Valverde), uma blogueira de modas com zilhões de seguidores, com patrocínio de marca de perfume, sendo convidada para presença vip em diversos eventos de moda, que as vezes a levam até para fora do país, do outro temos Fernando (Gil Coelho), com um canal de jogos eletrônicos com apenas 5 mil inscritos, mora com a mãe e vive dentro de casa jogando o tempo todo para produzir conteúdo. Dois mundos opostos que acabam se colidindo.

A trama cria até uma situação palpável para unir os dois, quando Katrina está prestes a ter suas fotos vazadas e apela para o técnico de TI que acabou de sair da festa onde ela estava, e tudo isso leva Fernando numa aventura louca para hackear celulares e deletar as fotos. Eles acabam se envolvendo e se apaixonando, assim nascendo um romance que logo vira “febre” na internet, mesmo com os haters dizendo que tudo não passa de um golpe de marketing, mas essa febre acaba tornando tudo ainda mais complicado pelo simples fato que eles tem gostos opostos, e conviver com essas opiniões divergentes enquanto estão sendo julgados por milhões pode ser muito dificil. O filme questiona justamente o quão dificil pode ser equilibrar o mundo real e o virtual num mundo como esse.

O longa trata questões bem contemporâneas e tabus bem divertidos, como o fato de Katrina ser patrocinada por uma marca de perfume e usar outra, como a repercussão que uma foto pode ter, por beleza, planejamento ou lugar onde a famosinha está, o que nos leva a questionar até que ponto a vida pessoal deve ser controlada pela vida virtual, até que ponto uma pessoa que trabalha com imagem deve limitar o acesso de seus fãs, ou até que ponto um namoro pode ser tratado como normal quando os ‘integrantes’ trabalham com a internet? No fim, Amor.com não é um blockbuster, mas vale a pena ser assistido, ele traz um bom roteiros, boas atuações, apesar de ter tido péssimas escolhas no trailer, que traz 3 minutos e quase conta o filme inteiro.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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