Review | Shadowhunters [Season 1]

Nota
3

“Você é metade anjo, Clary”

Clarissa Fray era uma jovem artista, ela estava lutando para entrar para uma faculdade de artes enquanto apoiava moralmente seu amigo, Simon, que estava iniciando uma banda, mas seu aniversario de 18 anos mudou toda a sua vida. Clary foi com Simon para perto da boate Pandemonium e acabou esbarrando em Jace, um prepotente jovem que parecia não enxergar a moça em sua frente, e que se comportou como se fosse invisível, o problema é que ele realmente era, e isso fez Clary ir atrás desse garoto para entender o que estava acontecendo.

Clary acaba por conhecer Jace, IzzyAlec, três jovens, e poderosos, defensores da humanidade e caçadores de demônios, ou, como são denominados, Shadowhunters, uma raça de seres meio anjo e meio humanos, uma raça que vive em segredo na terra e da qual Clary faz parte, um segredo que sua mãe passou 18 anos guardando. Shadowhunters se tornou uma nova aposta da Freeform para atingir o público jovem, e foi lançado em 12 de janeiro de 2016, e quando o assunto é mundo sobrenatural numa subsidiaria Disney, a expectativa vai lá encima, e tudo piora ainda mais quando se trata da adaptação da famosa saga Os Instrumentos Mortais, que já foi atingida por uma adaptação cinematográfica decepcionante.

A produção apostou num elenco pouco conhecido, usando atores competentes para dar uma personalidade forte e cativante, aposta certeira. Katherine McNamaraDominic Sherwood podem não ser os protagonistas que esperamos, no quesito atuação, mas eles tem um visual muito mais condizente que a dupla anteriormente escolhida pela Constantin Film, por outro lado Matthew Daddario dá um show como Alec, mostrando que o dom da atuação está no sangue dos Daddario, Emeraude Toubia é outra surpresa maravilhosa na trama, ela constrói uma Isabelle de uma forma que nem a gente sabia que queria ver, e isso nos cativa e nos faz querer ver ainda mais da melhor adaptação de personagem na série, por fim temos Harry Shum Jr. no papel do espetacular Magnus Bane, mas depois da personificação perfeita de Godfrey Gao fica dificil ele ter espaço para fazer algo que chame atenção.

Mas não é só de personagens que vive uma trama, e eu daria graças se o problema dessa temporada fosse só as atuações, mas seu maior problema é a trama. Não se pode negar que a trama da série é aceitável até certos pontos para aqueles que ainda não leram a saga de livros, ela é dificil de engolir em certos pontos, mas é possivel embarcar na trama e até se apegar a série e, principalmente, se deixar levar pelas curiosidades que ela desperta, mas para quem leu o livro, é um sofrimento após o outro. O primeiro grande fato é que a temporada, que seria perfeita se conseguisse limitar apenas a adaptar Cidade dos Ossos, ou uma parte dele, resolve ir além e adaptar também uma parte de Cidade das Cinzas, o que não seria um problema tão grande se isso não fizesse a temporada se apressar em entregar sua ideia e, consequentemente, acabar por atropelar muitos acontecimentos extremamente relevantes da trama, chegando até ao ponto de adiantar cenas, que seriam essenciais para certas partes da trama, desconstruindo para não dar certos spoilers, e nos deixando no desespero por saber como aqueles fatos essenciais vão ser apresentados, ou se sequer vão existir na trama.

Ao fim da temporada temos o que parece ser o fim do primeiro livro, mas cientes que já vimos cenas que envolvem o segundoo terceiro, e acabamos vendo todo o efeito colateral de se ter oito roteiristas contribuindo, na maior parte separadamente, em uma temporada, e vemos o peso de não se pegar uma equipe executiva realmente imponente e nem a consultoria da autora da saga (mesmo que isso possa ser um problema as vezes, né J.K.?). Não vou nem chegar no ponto mitologia, que é o ponto mais fraco da série, que além de negar completamente características importantes da mitologia, foca seu tempo de tela muito mais nos romances do que em explorar o submundo. No fim só nos resta rezar para que a finada ABC Family consiga melhorar a trama ao invés de a estragar ainda mais na futura temporada, se é que isso é possível.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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