Nota
Alan e Marie estão grávidos, mas Alan cresceu em um lar adotivo e não conhece sua família. Um certo dia, por incentivo da sua esposa, ele resolve ir atrás da sua família, o que acaba lhe dando um endereço, onde ele conhece Russel, seu irmão gêmeo, e acaba descobrindo uma caixa escondida que revela que Lynette Thurman, sua mãe, deu luz a sêxtuplos e colocou cinco deles para adoção, o que faz Alan e Russel saírem numa jornada para encontrar seus irmãos perdidos.
Na última sexta-feira, 16 de Agosto de 2019, estreou na Netflix a nova comédia roteirizada e estrelada por Marlon Wayans: Seis Vezes Confusão. Com uma clara inspiração na família Klump, de Eddie Murphy, temos Marlon vivendo vários personagens da mesma família, com varias personalidades e aparências, e trazendo umas piadas legais, apesar de não estarmos vendo o melhor trabalho dele na comédia, mas está claro que ele alcançou um nível maior de atuação. Usando de toda a ousadia, temos Alan, o pé no chão e bem sucedido, ele vive como um branco de classe média e vai em busca de suas raízes na busca de ter um histórico familiar para o bem do futuro de seu filho; Russel é o filhinho da mamãe, sendo criado como filho único, ele é obeso e passa o dia vendo séries, tem uma personalidade infantil e inocente que arranca varias risadas; Dawn é a irmã protetora, ela era uma dançarina exótica e está presa por agressão até que Alan a encontra e a liberta, é de longe a melhor personagem do filme, tendo claras inspirações em Rasputia; Baby Pete é o irmão frágil, internado na UTI e cheio de problemas de saúde, ele precisa de uma salvação e encontra ela em Alan, o problema é saber se seu irmão vai querer salvar sua vida; temos ainda Jaspar, o irmão ruivo, mais bem sucedido e mais perigoso, e também o mais descompensado, com complexos traumas de infância, ele viveu em busca do abraço de sua desconhecida mãe. A pior faceta de Marlon nesse filme é Ethan, o mais parecido com ele, seu gêmeo do mal, que tenta tomar seu lugar, mas que acaba sendo o protagonista das piores cenas do ator no filme.
A única atuação que se destaca, além da de Marlon Wayans, é a de Bresha Webb, que vive Marie, a esposa de Alan, o que mostra que o ator resolveu trazer a atriz que vive Yvette, seu desafeto em Marlon, para ser sua esposa no longa, garantindo uma conexão ainda melhor dos colegas de trabalho, e acaba tornando a atriz mais confortável ao contracenar com todos os trejeitos e comédias do ator . Por outro lado, é um fato que o roteiro do filme, que teve apoio de Mike Glock e Rick Alvarez, não é forte o suficiente para ornar ao lado da, melhorada, atuação de Marlon nesse filme, vemos aos poucos que o ator conseguiu trazer uma boa premissa, construir bons personagens e boas piadas, mas sua história é cansativa, sem muito a acrescentar e que acaba criando nada mais que um conjunto de cenas engraçadas conectadas por uma ideia, algo que nem a direção de Michael Tiddes é capaz de salvar. A fotografia é algo que nem se destaca no longa, com o uso de cenários comuns e sem muitos atrativos, é fácil você passar pela prisão ao hospital sem encontrar nada marcante que acrescente valor à cena, assim como a trilha, que se isola da trama e não cria as ambientações necessárias, se tornando só mais um elemento jogado no filme sem uma ancoragem bem definida.
Apesar de ser fraco, Sextuplets traz, mais uma vez, o humor Wayans que tanto gostamos, mesmo que ele não seja aproveitado decentemente, transformando o longa em uma comédia interessante o bastante para nos entreter durante o filme inteiro, mas não sendo o suficiente para nos fazer desejar ver o desenrolar final. Falando em desenrolar, o final do longa é com certeza a pior parte, já que as explicações finais se tornam oportunas demais e forçadas, azedando a parte que deveria ser a impressão final do longa.
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.