Crítica | Amor em Obras (Falling Inn Love)

Nota
2

Gabriela Diaz era uma executiva bem sucedida dos Estados Unidos, mas sua vida sofre uma mudança inusitada quando ela perde o namorado e o emprego no mesmo dia. Então, decide mudar um pouco de vida e encontra a chance quando um site aparece em sua frente: escreva um texto de 400 palavras e concorra a uma pousada.

Foi justamente assim que Gabriela ganhou a Bellbird Valley Farm, uma linda pousada na Nova Zelândia. Porém, chegando no endereço, ela é surpreendida ao não encontrar o que esperava.

Bellbird Valley Farm só é bonita por foto, faz anos que ela foi abandonada e agora está caindo aos pedaços. A garota entra e acaba descobrindo que terá que dividir a casa com Gilbert, um bode bem temperamental, e ficar às vistas de Charlotte, a dona da Tea Rose House, a única pousada da cidade (o que pode ser mudado se a Bellbird for restaurada). Gabriela acaba sentindo que essa é a sua redenção: reformar a pousada rapidamente, ganhar experiência e aprendizado no processo e vendê-la para voltar para casa com uma reserva de dinheiro. A moça só não contava que ia precisar com a ajuda de Jake Taylor, o melhor empreiteiro da ilha, que esbarra com ela em todos os cantos e acaba sendo incrivelmente apaixonante. Tudo isso fica ainda mais envolvente pelo fato de a cidade inteira começar a se conectar com Gabriela, ajudando-a na busca de rever a Bellbird em atividade.

O longa é protagonizado por Christina Milian, que inicialmente nos deixa em dúvida se a sua atuação é cativante ou tediosa, mas logo o filme nos prova que ela não foi feita para ser a estrela da produção, ela não consegue atuar de forma satisfatória e nem nos toca com suas motivações. Por outro lado, a construção de Jake, feita por Adam Demos, é muito mais envolvente, o que faz com que as cenas compartilhadas com Christina ganhe um pouco de graça. Mas a conclusão final é que nenhum dos dois é o personagem que rouba a cena no longa, o cargo de astro do filme fica para Gilbert, o bode, que inicialmente parece um alivio cômico, mas se mostra suficientemente construído para brilhar a cada aparição, deixando um gostinho de quero mais por trás de cada momento divertido.

Talvez o grande problema da personagem de Christina seja sua construção. Gabriela é chata em diversos níveis, tendo uma atitude arrogante e intratável de cara, não tendo um pingo de humildade em momento nenhum, e isso faz com que seja difícil engolir a personagem, e o casal formado entre ela e Jake se torna esquisito, pois eles não se encaixam, apesar de vermos que Jake é o melhor pra Gabriela, ficamos tentando entender como Jake pode ter se apaixonado por ela. O mais engraçado é que a Charlotte, que deveria ser a vilã do filme, acaba sendo mais simpática, cativante e motivada, fazendo-nos entender o que ela deseja ao tirar a Gabriela da jogada e concordar com ela, ao mesmo tempo que estamos tentando tragar o egocentrismo de Gabriela. O romance narrado através das cartas, entre a Vaga-Lume e o Leão, é extremamente cativante e com toda a certeza merecia um longa próprio. No final, Amor em Obras é um clichê de romance, com sérios problemas de construção de personagem e um roteiro um tanto forçado.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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