Análise | Granny: Chapter Two

Nota
4

Com o sucesso que Granny teve, a DVloper não iria deixar sua personagem título de lado, por isso surgiu, em 6 de Setembro de 2019, a sua sequencia: Granny: Chapter Two. Seguindo a mesma ideia de seu antecessor, o jogo de terror indie dá à psicótica velhinha sádica um cúmplice, seu marido Granpa, que apesar de ser mais lento e surdo é tão implacável quanto sua esposa, nos levando a ter que lidar com dois vilões, dois assassinos e se esconder de ambos enquanto tenta fugir dessa casa.

ENREDO – MAIS CINCO DIAS PARA FUGIR

Repetindo a trama de seu antecessor, você foi sequestrado pela Granny e o Granpa e está preso na casa deles, você só tem cinco dias para tentar fugir e, durante esses cinco dias, cabe a você vasculhar a casa e buscar o material necessário para liberar uma das duas saídas da casa, ou para se proteger. Tente não ser pego, ou a dupla vai te colocar “carinhosamente” para dormir e você terá um dia a menos no seu prazo de fuga.

GRÁFICOS – ASSOMBROSOS AO EXTREMO

O visual mal desenvolvido de Granny se repete, com o monstruoso casal apresentando uma aparência cheia de pontas bem mal construídas, Granny volta com seus dentes a mostra e olhar tenebroso enquanto Grandpa tem uma feição morta, sobriamente gélida e que combina com todo o ambiente. Toda essa aparência é mais que suficiente para complementar toda a aura que o jogo emana, o tornando um ótimo jogo de sobrevivência regado de jumpscary. O jogo se aproveita de seus antagonistas e nos assusta com seus ataques, principalmente quando estamos correndo e não percebemos sua chegada, ou quando somos vistos entrando em algum esconderijo, nos dando a cereja do bolo em forma de uma cut-scene que dá um zoom no rosto monstruoso dos vilões (O que resulta numa enorme susto aos mais atenciosos, que cumpre a missão básica do jogo: estar atento a tudo).

AMBIENTAÇÃO – UMA CASA DO TERROR

Assim como a casa que Granny nos prendia, a casa que compartilha com seu marido é extremamente monstruosa, cheio de objetos prontos para cair e chamar a atenção da vilã, cheio de corredores que estão prontos para te encurralar e com pouquíssimas camas para se esconder, pedindo uma agilidade maior e uma mente mais estrategista, para fazer com que o plano de fuga seja ainda mais complexo agora que tantas chaves precisam ser achadas, cinco para ser mais exato, e abrir a porta, ou achar as cinco peças para ativar o barco e fugir pelo esgoto. O cenário é feito de uma forma que tudo ecoa, nos dificultando para localizar a atual posição do casal idoso e permitindo que a Granny escute qualquer barulho em qualquer lugar e vá imediatamente para aquele ponto.

SOM – ENTRE TAPAS E BEIJOS

Assim como no primeiro jogo, os sons são extremamente essenciais para a jogabilidade: o som de abrir uma porta ou de esbarrar em certos pontos, assim como o som de largar os itens da jogabilidade, tudo pode chamar a atenção da Granny ou do Grandpa, inclusive o som de atirar em um deles, é o suficiente para o outro aparecer em segundos, tornando possivel recarregar a arma numa velocidade absoluta. Da mesma forma, é possivel ouvir os vilões se aproximando, seus passos, suas frases, seus suspiros, aumentando a tensão e o clímax do jogo, tensão essa que já existe o tempo todo, instigada pela trilha sonora intensa que inunda o jogo.

JOGABILIDADE – ANDAR, PEGAR, LARGAR, AGACHAR E ESCONDER

O jogo possui apenas quatro botões, mas são o suficiente para nos proporcionar diversas estratégias, andar pode causar passos, agachar pode diminuir os sons além de diminuir a velocidade, pegar e largar objetos pode ajudar em certos momentos ou ser o estopim da caçada e do perigo, no fim temos ainda a possibilidade de entrar embaixo das camas, que pode ser sua proteção em certos momentos ou aumentar ainda mais seu medo, no fim das contas, o jogo inteiro foi construído para explorar o medo de se estar preso na casa desse casal louco, dando nos a necessidade de jogar algumas vezes antes de conhecer o cenário o suficiente para montar as estratégias.

EXTRAS – POUCAS NOVIDADES

Há pouco conteúdo extra nesse jogo, ou há muitos ainda não descobertos. Além de explorar as várias finalizações de morte, e as duas formas de fuga, há ainda a possibilidade de conhecer as fugas na forma “Prática”, que ganham um novo cut-scene bem irreverente. Já na questão de easter-eggs, é bom explorar a casa, você pode achar referencias para outros jogos e personagens da DVloper.

CONCLUSÃO – VELHINHOS DO MAL

Apesar de não possuir um gráfico tão realista quanto tantos outros jogos da atualidade, Granny: Chapter Two tem todo o material necessário para repetir o feito de seu antecessor, que conquistou seu sucesso pela forma como utiliza seu jumpscary e sua permissiva jogabilidade para envolver seus jogadores num clima bem assustador, sabendo que pode ser atacado a qualquer momento e que toda estrategia vai ser necessária para garantir a vitória, mas que conquista seu público até nas derrotas, trazendo ending cenes diversificadas tanto quando se ganha quanto quando se perde, deixando claro que é possivel se divertir em ambas as finalizações e que jogar mais de uma vez numa mesma dificuldade pode te permitir explorar cada vez mais o jogo e cada vez mais funções e caminhos.

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

Respostas de 4

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *