Nota
Lançado pela desenvolvedora brasileira Ludic Side, em 08 de Novembro de 2018, Hoppia Tale mistura a essência da ação e aventura que crescemos vendo em franquias como Zelda, Goof Troop e Bomberman, ao mesmo tempo que inovam na experiencia de jogar com uma mão só, criando uma experiência completamente nova para tablets e smartphones. Criado para iOS e Android, o jogo usa todas as possibilidades através do uso de portais para viajar através dos diversos mundos ‘temáticos’ e lutar pelo bem dos habitantes de Hoppia.
OBS: Esta análise é desenvolvida a partir da versão 1.1.6 para Android.
ENREDO – UMA INOCENTE CIDADE ANIMAL
Na capital de Hoppia, uma sociedade composta por animais antropomórficos, há um misterioso portal, que há milênios conecta a cidade a todo um sistema de entradas mágicas espalhadas pelos diversos mundos e sociedades antigas que circundam esta capital, sociedades que viviam em perfeito equilíbrio com a capital de Hoppia até pouco tempo atrás. Certo dia, uma força maligna desperta nesse mundo, um ser que se dedica a tentar replicar a tecnologia dos portais para invadir a tal cidade, mais eis que surge um herói, um guerreiro cheio de animo e pronto para lutar contra os inimigos de todos os mundos para alcançar a paz e segurança para o futuro de sua cidade.
GRÁFICOS – UM MUNDO HABITADO POR SPRITES
Assim como os famosos Sprites de jogos, temos em Hoppia Tale uma fauna inteiramente criada baseada em sprites, sendo todos os personagens jogáveis, NPCs e inimigos feito com base em objetos gráficos bidimensionais que se movem pela tela e quase não interagem com o cenário. Essa escolha de gráfico torna o jogo ainda mais elementar e ainda mais nostálgico, nos levando de volta à experiencia dos antigos jogos da Nintendo (onde controlávamos um Link ou Mário feito como sprite e que vagava por um cenário isométrico) e remontando toda a base que possuem nos jogos desse estilo, mostrando suas raízes de forma evidente e não se envergonhando do seu estilo bidimensional clássico em meio a um mundo de jogos que apostam pesado da tridimensionalidade.
AMBIENTAÇÕES – UM MUNDO FANTÁSTICO
O mundo de Hoppia é extremamente bem construído, seguindo padrões básicos de construção que ficam claramente se adaptando à ‘temática’ de cada ‘cidade’, o que facilmente define as áreas que temos que explorar. O jogo começa com a área da Floresta, onde encontramos as maiores semelhanças com The Legend of Zelda: Link’s Awakening quando enfrentando monstros que lembram os Deku Scrub, Slime Eye, Monkey e o Magic Mushroom, tendo até o surgimento de uma estatuas que lembra muito o Owl Statue. O segundo mundo é a área de Brinquedo, onde a identidade própria do jogo começa a se fortalecer, usando os mesmos princípios do cenário da floresta mas adaptando-os ao tema, e trazendo alguns inimigos que lembram diversos dos brinquedos de antigamente, como carrinhos, robozinhos, matrioscas, cavalinhos upa-upa e maquinas de chiclete.
O terceiro mundo, a área da Música finaliza a trilogia de desafios, com uma nova decoração usando instrumentos musicais e monstros que lembram bailarinas e tenores, além de notas musicais explosivas e vitrolas lançadoras de discos. O projeto do jogo visa a criação de novos mundos, mas até a atual versão esses mundos ainda não foram lançados, deixando apenas a espera pela finalização da construção do jogo e a construção da trilha que levará ao grande inimigo final, que surge por meio de cartas e mensagens mas ainda não foi devidamente confrontado através da jogatina.
SOM – UMA TRILHA NOSTÁLGICA
Assim como os games clássicos tão amados, Hoppia Tale traz uma trilha suave e relaxante, que nos envolve na jogatina e nos impulsiona a parar antes de jogar cada mapa, analisar e planejar como devemos fazer para solucionar as ações necessárias para destrancar o próximo mapa (que em alguns mapas é derrotar todos os monstros do mapa e em outros colocar certas caixas em cima de certos ativadores). A cada novo mundo temos alguns monstros próprios, que possuem efeitos únicos quando atacam e quando são atacados, o que mostra todo o cuidado dos desenvolvedores ao criar cada avanço na jogatina, o que justifica o fato de os outros mundos ainda estarem em desenvolvimento, garantindo uma boa expectativa para o que vem a seguir.
JOGABILIDADE – TODA JOGATINA COM APENAS UMA MÃO
O maior cuidado dos desenvolvedores foi o de fazer um jogo que homenageia os clássicos (e amados) jogos de aventura do passado ao mesmo tempo que desenvolviam um jogo inteiro onde apenas uma mão fosse necessária. Todos os movimentos são feitos apenas deslizando o dedo na direção para onde se quer que o personagem rume, o mesmo acontece com os ataques, sendo feitos apenas ao deslizar o dedo para a direção onde o inimigo se encontra. Toda esse inovação torna o jogo um mix de simplicidade, eficiência e satisfação, criando uma jogatina extremamente saudável, acessível e intuitiva, onde a aventura se une à estrategia e a ação para criar uma emoção experimental única.
EXTRAS – CUSTOMIZAÇÃO E CALABOUÇOS
Além das opções de escolher qual animal será o personagem jogável, o jogo é feito com personagens inteiramente customizáveis, permitindo mudar roupas e cores de cada um deles, além de coloca-los em veículos, com fases criadas por usuários, que podem ser acessadas na Oficina e ser jogadas por toda a rede global de jogadores, além da possibilidade de criar sua própria fase. O jogo ainda permite que você decore sua casa, expanda-a e visite as casas de seus amigos, disponibilizando inclusive troféus toda vez que ganhamos um dos chefes (recompensando com uma nova copia do troféu para cada vez que ganharmos do chefe novamente.
Além de todas as adições comuns, temos ainda uma disputa global no modo Contra o Tempo, permitindo desafiar amigos e entrar num ranking compostos por usuários de todo o mundo. Cada um dos mundos tem ainda um modo dificil, onde podemos jogar as mesmas fases que já enfrentamos com ‘enigmas’ mais complicados de solucionar, além de enfrentar os chefes com mais sangue e sermos recompensados com troféus vermelhos. Por fim há ainda o Calabouço Infinito, onde temos a chance de jogar em fases que mudam a cada novo reinicio, e nos desafiam a testar até onde conseguimos ir sem morrer. Uma profusão enorme de extras que garantem diversão infinita aos que aguardam a liberação das novas fases da jogatina principal.
CONCLUSÃO – UMA HOMENAGEM BRAZUCA À HISTÓRIA DOS GAMES
Hoppia Tale é uma obra de arte criada pela equipe do Ludic Side, resultando numa estupendamente carismática experiencia de jogo que vem pronta para fazer brilhar os olhos de qualquer gamer de antigamente, ele começa tão próximo de suas inspirações que nos conquista rapidamente e, aos poucos, assume uma identidade própria capaz de manter nossa fidelidade. A forma como o jogo possui uma jogabilidade simples faz com que toda a gameplay se torne intuitiva e cada mapa se torne um desafio único, se tornando um jogo agradável ao mesmo tempo que nos vicia na jogatina e nos deixa encantados com sua arte.
O desenvolvimento do jogo ainda contou com as artes do americano Marc Knelsen, o que deu um ar inovador e mais fantasioso a todo o enredo, fazendo com que esse mundo antropomórfico tão diverso se tornasse tão conexo e, ao mesmo tempo, tão bonito em cada detalhe, uma produção que nos anima por se tão bem-feita, por ser tão deslumbrante e, principalmente, por perceber que um trabalho tão primoroso saiu de nossas terras tupiniquins e tem o potencial (e o suporte) perfeito para fazer sucesso em todo o mundo.
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.