Análise | Pokémon Yellow Version

Nota
4.5

Depois do sucesso de Pokémon Red/Green/Blue Version e da primeira temporada do anime de Pokémon, a Game Freak decidiu lançar uma versão aprimorada do jogo, foi assim que nasceu Pokémon Yellow Version, uma releitura de Red/Green/Blue com adaptações para acolher boa parte do enredo da Saga Indigo League, trazendo personagens que não foram apresentados no jogo ou que foram aprimorados para se parecerem com seus designs usados ​​no anime, incluindo Jessie, James, Meowth, Enfermeira Joy e Oficial Jenny. O novo jogo foi lançado, para Game Boy e Game Boy Color, no Japão em 12 de setembro de 1998, na Austrália em 3 de setembro de 1999, na América do Norte em 1 de outubro de 1999 e na Europa em 7 de julho de 2000.

 

ENREDO – O MESMO MUNDO DE SONHOS MAS COM NOVAS AVENTURAS

Estamos de volta a Kanto, novamente iniciando uma jornada com Red, um garoto da Cidade de Pallet que acaba de completar idade suficiente para viajar pelo continente, em uma jornada Pokémon, o que o faz visitar o Professor Oak. Mas Red e Blue, o vizinho de Red e que é o maior rival do garoto desde que eram bebês, chegam atrasados demais, todos os Pokémon já foram levados por outros iniciantes, restando apenas um Eevee, que Blue toma pra ele. Sem opção, Oak decide presentear Red com um Pikachu, um Pokémon que ele acabou de pegar na natureza e ainda não foi treinado, um Pokémon cheio de personalidade que, apesar de acompanhar Red na jornada, teima em ficar fora de sua pokébola. Formando uma dupla fora do comum, Red e seu Pikachu saem pelo continente, com a missão de vencer todos os Líderes de Ginásio de Kanto e o Elite 4, ocasionalmente cruzando o caminho da Equipe Rocket.

GRÁFICOS – BITS QUE FINALMENTE GANHAM CORES

Desde Red/Green/Blue temos uma região completamente dominada pelas cores, com cidades que são referências diretas a cores, e isso começa a ser visivel em Yellow, graças à compatibilidade melhorada com o Game Boy Color. O visual um pouco feio dos monstrinhos e spirits bem limitados ganham uma expansão graças à Saga Indigo League, que fez com que personagens e pokémon fossem redesenhados para parecerem mais com o que era visto no anime, o que faz com que até mesmo Brock e Misty recebam novos sprites com roupas semelhantes às do desenho. Os gráficos limitados em 8-bits agora se tornam ainda mais nostálgicos, levando o jogador a revisitar os lugares que explorou em Red/Green/Blue mas com novas roupagens, mais colorido, mais familiar e mais cheio de memórias.

AMBIENTAÇÃO – UM MUNDO REALMENTE CHEIO DE CORES

O mundo e a mitologia que foi apresentado em Red/Green/Blue parecia brincar, e muito, com as cores que lhe foram privadas, levando Red através de um mundo de cidades ‘coloridas’, que agora realmente ganham cores no decorrer da jogabilidade. Viridian City ganha tons de verde, Lavender Town fica aroxeada e Cerulean City se colore de azul, entre tantas outras, nesse mundo onde vemos as cidades simbolizarem cores, literalmente. Mas a adição das cores não tira o grande feito do antecessor, as construções dos imóveis, as pessoas, as relvas, e objetos, tudo continua dedicadamente trabalhado, criando ambientes que não deixam claras falhas.

SOM – NÃO SE MEXE EM TIME QUE ESTÁ GANHANDO

A trilha sonora de Red/Green/Blue foi um sucesso, tanto que, em 1º de novembro de 1997, ganhou um CD que incluía as 45 trilhas de fundo que foram criadas para o jogo. Claro que a Game Freak não cometeria a loucura de abandonar o sucesso criado por Junichi Masuda, que fez uma trilha tão minimalista a ponto de diferenciar os efeitos de vitoria, tendo um efeito unicamente para vitoria contra Pokémon selvagem, outro para vitória contra treinadores avulsos e um unicamente para vitória contra líderes de ginásios, o compositor chegou até a criar uma diferença no efeito sonoro de encontra de desafiantes, a ponto de nos indicar se o encontro foi com uma garota, um garoto ou com o Blue/Green. Mas nem tudo é uma copia exata do antecessor, três faixas adicionais, também compostas por Junichi Masuda, foram adicionadas, sendo uma delas o tema do Pikachu’s Beach, um minigame do jogo.

JOGABILIDADE – UM RPG MUITO MAIS BONITO

Mantendo a estrutura construída no formato de tantos outros RPGs, como as franquias The Legend of Zelda ou Dragon Quest, temos a manutenção do enredo que dá uma nova cara para o jeito de jogar. Vencer os líderes de ginásio, lutar contra os monstrinhos do caminho, explorar as cidades, desenvolver quests, aprendendo a conhecer melhor seus companheiros, mas com uma grande diferença: um Pikachu. Pikachu não pode ser abandonado, não evolui, não pode ser colocado em uma Pokébola e ele interage com o jogador, com seus gritos agora dublados por Ikue Otani, mostrando expressões faciais de acordo com o que sentir, com o nível de amizade e até com o local onde estão transitando (como uma expressão de medo em Lavender Town). Mas uma coisa se mantém: O jogo ainda te força a treinar e melhorar seu Pokémon, usando cada batalha para aprimorar as propriedades físicas, atributos de batalha e HP de cada companheiro.

EXTRAS – UMA POKÉDEX AINDA MAIS BONITA

Apesar de o jogo manter a linha principal de Red/Green/Blue, existem claras diferenças na narrativa intecionalmente feitas para melhorar a fidelidade à narrativa da série, como a presença de Pidgeotto em níveis inferiores na Viridian Forest, combinando com o que Ash encontra no anime. O jogo segue com a proposta de incentivar o jogador a vencer os oito ginásios e depois enfrentar os cinco desafiantes da Elite 4, assim como a busca por completar a Pokédex, mas dessa vez com algumas outras limitações e macetes  necessários. O jogo mantém o incentivo para encontrar os 151 monstrinhos, dessa vez permitindo até encontrar os três iniciais de Red/Green/Blue e sem haver pokémon exclusivos, mas ainda mantendo a necessidade de uso do Cable Link, que conecta os Gameboys que possuem os jogos, para haver 3 evoluções que só acontecem quando o Pokémon passa por uma Trade, além disso é preciso pegar uma pikachu por trade para garantir um Raichu, visto que o Pikachu de Yellow é o unico do jogo e não evolui. Outro pokémon que depende de macete é o Mew, que depende de glitches nos jogos para ser encontrado.

CONCLUSÃO – AINDA TEMOS QUE PEGAR!

Quando bate a nostálgia, talvez Pokémon Yellow possa proporciona uma experiência muito mais completa do que Red/Green/Blue, mas as mudanças gráficas, de enredo e de jogabilidade, apesar de trazer melhorias para o jogo no geral, não diferencia totalmente o jogo dos anteriores, principalmente por manter várias limitações técnicas e estruturais. O enredo mais próximo do anime pode ajudar a conquistar àqueles que conheceram a franquia através de Ash, o que vai proporcionar uma maior imersão para os fãs de anime, mas o jogo continua com a mesma estrutura narrativa e interações de Red/Green/Blue. Mesmo que mantenha a base de capturar, treinar e batalhar, o jogo procura trazer melhorias através de seus sprites melhorados, da nova dinâmica de interação com Pikachu e da facilidade de obter o Bulbasaur, Charmander e Squirtle sem precisar de trocas, infelizmente o jogo herda muitos glitches de Red/Green/Blue, e acaba criando uma nova dificuldade quando o assunto é a primeira batalha no ginásio de Brock, onde o Pikachu força o jogador a criar uma estratégia mais elaborada por sua presença forçada ter um impacto direto na gameplay. No geral, Pokémon Yellow é um excelente aprimoramento do jogos originais, mas nem todo avanço é perfeito e nem toda mudança agrada.

“Renda-se agora, ou prepare-se para lutar!”

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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