Análise | Tiny Robots Recharged

Nota
4

Lançado em 3 de Novembro de 2020, Tiny Robots Recharged é um clássico Puzzle Escape focado em robôs, que foi desenvolvido para celulares pela Snapbreak Games. Com suas várias fases independentes, tudo se resume a encontrar a forma de abrir a porta que conecta cada um dos ambientes, transitando entre eles para chegar no grande vilão.

OBS.: Análise feita a partir da versão 1.06 do jogo para Android.

 

ENREDO – ELE LEVOU MEUS AMIGOS!

Um robôzinho estava feliz, conversando com seus três amigos ao redor de uma fogueira quando ele chegou. Em sua nave, o vilão abduziu cada um dos amigos de nosso protagonista, e agora cabe a você se unir a ele e usar toda a inteligência necessária para viajar pelo mundo em busca de encontrar o esconderijo do vilão e salvar seus amigos. O problema é justamente o quanto essa premissa some alguns segundos depois, quando o sentido da busca some no meio de diversos estágios…

GRÁFICOS – DETALHES CHEIOS DE TECNOLOGIA

O jogo em si não apresenta personagens, ele é basicamente um monte de cenários que exploram as diversas formas de tecnologia, ao mesmo tempo em que você está protegendo o protagonista e o alimentando com baterias, que são de grande importância para a jogatina. Mesmo assim, os objetos que podemos interagir no cenário e os robôs que encontramos pelo caminho, podendo ou não interferir na nossa missão, são bem trabalhados, a ponto de existir um cuidado para garantir que um robô não vai se assemelhar em nada a nenhum outro que já encontramos pelo caminho, um verdadeiro trabalho de arte.

AMBIENTAÇÃO – UM MUNDO TOMADO POR ROBÔS

Os cenários do jogo são outra obra de arte, mostrando uma invasão tecnológica maciça. Cada estágio é um novo cenário, que nos mostra diversas locações onde devemos explorar, reunir peças, interagir e usar diversos mecanismos para chegar até o ponto de destrancar a porta para o próximo cenário. Mas esses cenários não se resumem apenas quartos, laboratórios e salas, somos levados ainda a ravinas, campos, montanhas, praias e lagos, entre tantos outros cenários naturais que, como fica bem claro, sofreram discretas interferências da robótica, a ponto de se manterem naturais e mesmo assim serem tecnológicas.

SOM – BIPES E MUITO MISTÉRIO

O jogo inteiro é regado de uma trilha típica de cenas de mistério, daquelas que dão um gás na curiosidade e te deixam pronto para uma nova descoberta a cada segundo, e essa trilha só é interferida pelos estridentes efeitos, que temperam bastante a jogatina. Ver maquinas funcionando, explodindo, quebrando, queimando, o tempo todo é possivel ouvir sons que te instigam a mexer nas peças eletrônicas que permeiam cada um dos cenários. A soma dos dois é perfeita, ajudando o jogo a ser empolgante e divertido.

JOGABILIDADE – EXPLORE, APROXIME E CIRCUNDE O CENÁRIO

O jogo é bastante simples, basta explorar o cenário e encontrar as peças que estão soltas pelo cenário e, posteriormente, descobrir como usar ela para conseguir a chave que abrirá a porta, normalmente passando por algum mini game. Cada um dos cenários tem um mini game que vai servir para ativar uma maquina que pode ser a responsável por abrir a porta ou liberar algum equipamento que ajudará a conseguir a chave, além disso, cada cenário possui três Baterias escondidas, que servem unicamente para aumentar o tempo disponível para explorar o cenário, um aumento extremamente necessário, já que é praticamente impossível passar pela porta no tempo base disponibilizado.

EXTRAS – O JOGO INTEIRO É SEU PRÓPRIO EXTRA

O grande problema do jogo está no fato de ele inteiro ser seu próprio extra. O primeiro estágio nos apresenta um enredo que nos motiva a entrar nessa intensa caçada, mas a partir do segundo estágio o enredo é deixado de lado e o jogo se torna apenas para abrir as portas e entrar no próximo cenário. O jogo cria uma quest mas ele mesmo deixa ela de lado logo depois, e aquilo que deveria ser o conteúdo extra do jogo (a busca por zerar todos os estágios e conseguir três estrelas neles) acaba se tornando a única motivação para continuar jogando.

CONCLUSÃO – UM BOM JOGO QUE ESQUECE QUE TEM UM ROTEIRO

Mesmo ciente que o enredo criado pelo jogo conecta o primeiro e o último estágio do jogo, é praticamente impossível entender qual o sentido de nos lançar por dezenas de estágios sem antes cogitar que existe uma história realmente sendo conectada, algo que pudesse nos fazer realmente sair em uma jornada em busca dos amigos de nosso protagonista e não só passar de estágio por estágio. Tiny Robots Recharged poderia ter sido um jogo excelente se tivesse combinado seu primor visual com um enredo verdadeiramente válido, mas no fim das contas, ele parece muito mais querer ser um jogo casual do que realmente uma aventura no estilo Puzzle Escape. Além de todos esses problemas, o game tem um pequeno defeito que pode deixar passar, o tempo. Num jogo onde o primor visual é o principal atrativo, é dificil jogar com um tempo tão curto e poder admirar os mais de quarenta cenários.

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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