Crítica | A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project) [1999]

Nota
5

“Em outubro de 1994, três estudantes de cinema desapareceram na floresta de Burkittsville, Maryland, enquanto rodavam um documentário.
Um ano depois, seus filmes foram encontrados.”

Heather Donahue, Michael C. Williams e Joshua Leonard são três estudantes de cinema que decidem produzir um documentário sobre a fábula amedrontadora da Bruxa de Blair. Para isso, eles pegam emprestado alguns equipamentos de filmagem e partem para Burkittsville, entrevistando os moradores sobre as lendas locais. Em meio às entrevistas, eles descobrem a história de Rustin Parr, um eremita responsável pelo sequestro e assassinato de sete crianças nos anos 40, que ao ser preso, alegou ter sido possuído pelo espírito de Elly Kedward, uma moradora local acusada de bruxaria que foi enforcada no século XVIII. Decididos a ir mais a fundo nos mistérios locais, o grupo explora a floresta ao norte da cidade, procurando evidências sobre a existência da Bruxa e cenários oportunos para suas filmagens. Mas, coisas estranhas começam a acontecer, trazendo a tona um verdadeiro pesadelo para a equipe de amigos.

Não é nenhuma novidade que a indústria cinematográfica use e abuse do marketing para divulgar suas obras, criando uma verdadeira enxurrada visual para alcançar o máximo de público que conseguir. Mas, algumas vezes, uma história bem contada atrai mais atenção do que uma alta divulgação.

Com a internet dando seus primeiros passos, estranhos boatos começaram a circular nas redes, narrando o desaparecimento de três jovens estudantes que investigavam uma lenda local de uma remota região no interior dos Estados Unidos. Com um site entrando em vigor, pedindo informações sobre os supostos desaparecidos, e um e-mail sendo criado para reunir o máximo de novidades sobre o caso, o desaparecimento ganhou o público, confundido ainda mais a população e os fazendo questionar o que era real e o que foi inventado.

Toda essa construção aumentou o interesse sobre uma nova produção, que prometia trazer ao público as últimas gravações do trio em sua estranha busca. Utilizando sua pré-estreia para distribuir panfletos sobre os desaparecidos, os diretores reiteraram a veracidade da história apresentada e consolidaram sua divulgação como um dos maiores atos de marketing já feito na história do cinema.

Com roteiro e direção de Daniel Myrick e Eduardo Sanchez, A Bruxa de Blair causou uma revolução avassaladora, tornando-se uma referência no mundo cinematográfico e reiterando a  popularização do gênero found foutage na virada do século.

Com apenas 81 minutos de duração, a narrativa nos mergulha na jornada de seus protagonistas, trazendo uma trama clara e objetiva que nos coloca de cabeça em tudo o que ela deseja nos contar. A câmera na mão e a total entrega dos atores no projeto trazem uma veracidade impecável, construindo uma credibilidade palpável para as filmagens que nos soa impostas, o que aumenta ainda mais nossa imersão no projeto apresentado.

O longa trabalha bem sua técnica de sugestão, dispensando os famosos jump scares para aprimorar sua construção no suspense. O ar claustrofóbico e a aparência amadora das filmagens nos deixam arrepiados desde o primeiro momento, nos tornando apreensivos a cada novo detalhe que aparece na narrativa.

A atmosfera criada é repleta de uma simbologia impecável, que utiliza das bizarrices simplistas, como gravetos formando bonecos ou pilhas misteriosas de pedras cuidadosamente empilhadas, além da total ausência de qualquer ser vivo na misteriosa floresta. Parte do terror aqui mostrado foi vivido de forma real por seus protagonistas, já que eles não faziam ideia do que viria a seguir e a produção se escondia nas árvores, os deixando imersos nas viradas preparadas e na construção sutil do ambiente.

Com uma ambientação tensa e verdadeiramente assustadora, A Bruxa de Blair não só revolucionou o cinema como nos mostrou uma nova (antiga) maneira de se contar uma história. Seja pela entrega de seu elenco e equipe, ou pelo brilhantismo em sua divulgação, o longa se tornou um marco cinematográfico, se mostrando crucial até os dias atuais a ponto de ser referenciado nos estudos sobre o gênero. E, acredite, isso não é para qualquer um.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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