Crítica | A Casa Monstro (Monster House)

Nota
5

“O Epaminondas está me assombrando. Tenho o sangue dele nas mãos e ele voltou para se vingar”

Todo bairro possui sua casa mal assombrada, e no de D.J. (Mitchel Musso) é a sinistra casa do Seu Epaminondas (Steve Buscemi). Um velho ranzinza e rabugento que espanta todos que ousam pisar em seu amado quintal e rouba cada um dos brinquedos que cai em seu território. Um velho que vem sendo acompanhado minuciosamente por D.J. desde sempre.

Na véspera do Halloween, os pais do garoto decidem viajar, deixando-o sobre os cuidados da babá Zee (Maggie Gyllenhaal), que tem coisas melhores para se preocupar do que cuidar se um pré-adolescente. Junto com seu amigo Bocão (Sam Lerner), o garoto enfrenta seu velho vizinho e acaba resultando em um ataque do coração do mesmo.

Mas algo estranho acontece quando o antigo dono cai duro no chão. Algo sinistro parece despertar dentro da casa, algo que odeia tudo que pisa em seu território… principalmente o garoto da casa a frente. Após uma serie de ataques, a dupla consegue resgatar Jenny (Spencer Locke) e, juntos, decidem pôr em prática um plano insano para colocar um ponto final na tenebrosa casa que tanto os assombra.

Encabeçada pela Amblin Entertainment (produtora de Steven Spielberg), com parceria criativa de Robert Zemeckis e dirigido por Gil Kenan, A Casa Monstro trouxe uma nova leva de terror infantil, trazendo uma trama cativante e repleta de reviravoltas. Utilizando a técnica de Motion Capture (onde os atores reais são filmados usando sensores de movimento trazendo uma movimentação mais humana à animação), o longa utiliza bem seus movimentos nos envolvendo em uma clima de aventura e suspense inebriantes.

O longa já mostra a que veio em sua cena de abertura, onde acompanhamos uma simples folha sendo arrastada ao vento, seguindo pelo bairro até encontrar um evento sobrenatural que nos deixa tensos e abismados, e que da o tom que a trama quer conduzir. Toda a sequencia é tão bem pensada para nos inserir naquele contexto que abraçamos seu enredo logo de cara, temendo a estranheza escondida logo no primeiro minuto. Afinal, quem nunca ficou com medo do vizinho esquisito que brigava com todas as crianças da rua sem um motivo aparente?

O roteiro de Pamela Pettler, Dan Harmon e Rob Scharb nos aproxima e nos desperta uma empatia plausível com seus personagens. Representando nossas memorias infantis, não é difícil se ligar ao menino atrapalhado, ou a garota inteligente muito menos ao caos da puberdade de alguém que esta cansado de ser tratado como criança pelos adultos, querendo se provar o tempo todo.

Todos eles são carismáticos e envolventes, desde o seu trio principal até os coadjuvantes que permeiam a história e trazem um diferencial crescente a trama. Repletos de uma comicidade impecável além dos dramas comuns, todos têm o que acrescentar a trama e seu recall volta para fazer parte da história.

Com toques criativos, observamos a mescla perfeita entre o humor e o terror do filme. A inventividade de como a casa ganha vida é tão marcante que se torna impossível não apreciar o bom trabalho. O filme se leva a sério e conduz com maestria seus tons, fazendo com que um complemente o outro e mostrando sua mistura exemplar para o publico.

E, mesmo mantendo sua essência ao longo de toda a trama, o filme ainda consegue nos surpreender com um final emocionante que consegue arrancar lágrimas do publico que acompanharam as desenvolturas do enredo e entregando algo digno e gratificante.

Repleto de emoções e com uma desenvoltura exemplar, A Casa Monstro conduz seu público e nos convida a participar de uma aventura assustadora repleta de carisma e com uma personalidade marcante. Seja por seus personagens bem construídos ou por seu desfecho emocionante, o longa se mostra preciso e envolvente, nos assustando e divertindo em medidas perfeitas que marcam nossas memórias e nos fazem querer revisitar aquele bairro outras vezes, para nos sentirmos aquecidos por uma historia bem contada.

“Enquanto eu estiver por aqui, eu nunca deixarei ninguém te machucar.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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