Crítica | A Família Addams 2: Pé na Estrada (The Addams Family 2) [2021]

Nota
3

“Uma sequência… que original.”

Após uma desastrosa feira de ciências, Wandinha Addams (Chloë Grace Moretz) decide se isolar, questionando suas próprias diferenças e como ela não se encaixa na família. Ao sentir o afastamento da filha, Gomez (Oscar Isaac) decide dar sua carta final: organizar uma viagem aos confins do país, onde eles possam reavivar os laços familiares.

Ao colocar Mortícia (Charlize Theron), Feioso (Javon Walton), Tio Chico (Nick Kroll), Tropeço (Conrad Vernon) e a Coisa em um veículo assombrado, os Addams começam a visitar pontos turísticos marcantes, enquanto são perseguidos por um misterioso advogado que promete abalar ainda mais os laços que os unem.

As estranheza familiares dos Addams sempre atraiu um grande público, conquistando uma legião de fãs ao longo das décadas e desencadeando uma verdadeira adoração às suas peculiaridades. Portanto, não foi nenhuma surpresa que, após uma estreia significativa, o longa animado recebesse uma confirmação para sua sequência, explorando mais uma vez as vertentes da família e trazendo uma nova aventura para as telonas.

Com o retorno de Greg Tiernan e Conrad Vernon na direção, A Familia Addams 2: Pé na Estrada chega aos cinemas dois anos após a estreia de sua aventura original, apostando suas fichas em uma road trip que tinha tudo para trazer uma nova mesclagem aos personagens, mas acaba caindo no tedioso clichê que pouco tem a acrescentar em sua premissa.

O longa até promete algo diferente, citando aspectos macabros e pontos turísticos sinistros que combinariam com seus personagens, mas opta por locais comuns em esquetes tediosas, que se mostram uma constante repetição daquilo que tanto conhecemos. Cada novo cenário serve para mostrar o contraste do pensamento comum com o estilo de vida Addams, sendo assim interrompido por uma perseguição sem sentido que pouco tem a acrescentar ao longa.

O roteiro de Ben Queen e Susanna Fogel tenta interligar as passagens com uma trama voltada para Wandinha, esquecendo o arco narrativo que foi construído e elaborado no primeiro longa. Retomar a diferença apática da primogênita parece um viés seguro, trazendo um contexto que já conhecemos e pouco temos a explorar. É bastante cansativo ter que rever algo que já acompanhamos no primeiro longa, mesmo sobre uma nova prisma trabalhoso que sabemos não ter coragem de concluir aquilo que se propõe. É inevitável adivinhar o plot twist que o filme preparou, ligando calmamente os pontos deixados que não criam nenhum questionamento para quem conhece minimamente seus personagens.

Mortícia surge como um balanço moral, equilibrando o desespero do seu marido com a morbidez apática de sua filha, enquanto tenta trazer algum juízo para ambos. Já Gomez pouco escuta o que lhe é falado, tomando decisões precipitadas que tem o efeito contrário das suas reais intenções. Ambos personagens tem papéis significativos na trama, mas pouco interferem para o resultado final que foca seu protagonismo nas atitudes de Wandinha.

Feioso e Tio Chico conquistam o papel de secundários, sendo usados como alívio cômicos de piadas físicas, onde são amplamente explodidos, torturados ou até mesmo jogados de um lado para o outro. Embora tenham sim seu próprio arco dentro da narrativa, os personagens são deixados de lado para o desenvolvimento da trama principal do filme. Mas, a grata surpresa está nas mãos frias de Tropeço, que traz uma mensagem subentendida repleta de um dinamismo pouco esperado. É gratificante entender as sublinhas deixadas pelo texto e sorrir com satisfação quando o roteiro nos dá aquela singela piscadela que enche nossos corações.

O visual aqui proposto se mostra mais uma vez impecável, trazendo o ar cartunesco que tanto conhecemos nas tirinhas originais enquanto mistura traços 2D em sua narrativa. Cada cenário traz uma nova sensação, assim como o contraste entre os coloridos destinos e a sombria aura carregada pelos Addams… um verdadeiro acerto em todos os momentos.

Embora tenha um visual impecável, A Familia Addams 2: Pé na Estrada parece se perder em sua própria proposta. Apostando no seguro e pecando por sua comodidade, o longa animado soa apático e sem vontade, trazendo tudo o que não esperamos da cativante família e jogando no ralo uma ótima oportunidade para desenvolvimento de seus personagens.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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