Crítica | A Noite das Bruxas (A Haunting in Venice)

Nota
4.5

Hercule Poirot (Kenneth Branagh) volta às telas do cinema para o terceiro filme da franquia que adapta os livros de Agatha Christie, dessa vez para trabalhar em um mistério na cidade mais bonita do mundo: Veneza. Uma festa de Halloween está acontecendo na casa de Rowena Drake, onde traumas envolvendo mortes assolam a casa no pós-Segunda Guerra Mundial, na véspera do Dia das Bruxas. Aposentado e vivendo em um exílio quase que imposto na cidade mais glamourosa do mundo, Poirot, relutantemente, participa de uma sessão espiritual.

Começamos a jornada da historia baseada no livro A Noite das Bruxas, de Agatha Christie, com nosso protagonista cético em relação a almas, espíritos, Deus e até mesmo demônios. O filme é dirigido e protagonizado por Kenneth Branagh, que, diferente do que ocorreu em Morte no Nilo, acerta o tom do longa logo de cara. O filme tenta se passar dentro de uma casa, com bastante crianças e a sensação de que há muito por trás de tudo aquilo. Rowena sofre pelo luto de sua filha, que apareceu dentro do Rio Veneza, dando a ideia que as pessoas sempre morrem naquela casa. Nosso detetive acompanha, com olhar atento, tudo que ocorre ao redor da casa, enquanto as pessoas tentam convence-lo de que 0 sobrenatural existe. Se destaca no filme a maravilhosa atuação de Michelle Yeoh, que no filme vive a médium Joyce Reynolds.

Ela passa um ar de convencimento, que te faz comprar aquela ideia e questionar o que mentira e o que é verdade. Assim como acontece em Assassinato no Expresso do Oriente e em Morte no Nilo, A Noite das Bruxas fica previsível, uma nova morte força o maior detetive do mundo a sair da aposentadoria para, junto de sua amiga, Ariadne Oliver (Tina Fey), descobrir como a filha de Rowena morreu e quem é o assasino entre eles. Joyce desempenha um papel importante na trama, já que fala com a filha de Rowena e descobre que a menina foi assassinada, o que pega Poirot e faz sua descrença começar a mudar, com o detetive ouvindo vozes de crianças na casa, o que mexe com sua cabeça enquanto ele tenta descobrir a motivação por trás de cada um dos suspeitos.

A Noite das Bruxas é, de certa maneira, um filme curto porém lento, então é preciso assistir de forma paciente e prestar bastante atenção aos detalhes para entender o desfecho do mistério no final. Esse terceiro filme conseguiu encaixar bem o tom de suspense com o toque de terror, trabalhando bem os pontos fortes de seu protagonista construindo um aprendizado perceptivel. Ele não chega à perfeição de Expresso do Oriente, mas está bem acima de Morte no Nilo, cumprindo bem seu papel. Talvez esse não seja um filme que precise ser obrigatoriamente assistido no cinema, ele pode facilmente se tornar uma ótima opção de diversão em casa,  sentado no sofá, pra se ver especulando o que pode ou não estar acontecendo.

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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