Crítica | A Nova Cinderela (A Cinderella Story)

Nota
3.5

“Era uma vez, num reino distante, uma linda princesinha e seu pai viúvo.”

Sam Montgomery cresceu em Los Angeles, sendo criada por Hal, seu pai viúvo que era dono do Diner, um restaurante de fast food com tema esportivo. Mas o tempo passou, Hal se casou com a vaidosa Fiona, e Sam passou a morar com o casal e as filhas gêmeas de Fiona, Brianna e Gabriella. Sua vida afunda quando, durante o sismo de Northridge de 1994, Hal morre tentando salvar Fiona, deixando tudo para a madrasta de Sam, que resolve obrigar a garota a trabalhar na lanchonete da família enquanto vive uma vida de madame, e muda a temática do local para algo que lhe agrada mais.

Com o tempo, Sam cresce e, vivendo intensamente uma vida onde trabalho e estudo são seus únicos focos, acaba entrando numa sala de bate-papo onde assume a persona de Garota de Princeton e conhece Nômade, um garoto de sua escola que se sente seguro conversando com Sam e passa a se apaixonar por ela, um sentimento reciproco que faz surgir um namoro virtual. Com a volta as aulas, Nômade resolve conhecer a Garota de Princeton, a convidando para aparecer no baile de Halloween, onde a garota descobre estar apaixonada por Austin Ames, o garoto mais popular da escola que parece estar vivendo uma vida dupla, sendo o jogador de futebol amado por todos na frente do pai e, em segredo, querendo fugir dessa vida e se tornar um escritor e poeta.

Recriando numa versão contemporânea o conta da Cinderella, o filme roteirizado por Leigh Dunlap é praticamente uma adaptação do conto de fadas, que ganha vida de uma forma singela sob a direção de  Mark Rosman. A interpretação de Hilary Duff, que aceitou fazer este filme pois Cinderela era sua história favorita na infância, cai como uma luva na história, a garota que acabará de sair das produções Disney ainda consegue ter uma pegada de contos de fadas em sua personalidade, o que a torna tão perfeita para o papel, o mesmo acontece com Chad Michael Murray, que constrói seu personagem como uma versão mais principesca de Lucas Scott (de One Tree Hill), criando claramente a vibe do garoto perfeito mas que é cheio de segredos e ideias, do garoto que precisa manter sua imagem mas que é muito mais do que o popular esnobe.

O papel antagonista nas mãos de Jennifer Coolidge é uma grata surpresa, a atriz que carrega um currículo, e uma experiencia estupenda, fundamentalmente de comédias, consegue encarnar bem o tom vilanesco de Fiona ao mesmo tempo que dá os necessários toques de comédia à trama. Garantindo que estamos assistindo um mix de comédia romântica e contos de fadas, a atriz nos leva a nos divertir sem esquecer que estamos presenciando um clássico remasterizado. O trabalho de Regina King como a Fada Madrinha dessa releitura é marcante de uma forma impar, a atriz dá todo seu show em tela e nos deixa marcados pelo seu esforço e fidelidade, deixando claro o quanto proteger Sam de sua madrasta, e garantir que a garota vá ter um futuro independente, é seu maior objetivo, tendo uma evolução tão delicada na trama que até mesmo nos anima com seu final feliz.

A Nova Cinderela é um filme tão simplicista, com um roteiro tão prático, mas mesmo assim pegou a todos de jeito e conquisto seu, merecido, posto de clássico das comedias românticas, se tornando rapidamente um daqueles filmes que faz parte de carga cultural de praticamente todos e que se tornou referencia entre as releituras clássicas e de contos de fadas, mostrando que a formula de contemporização dos contos de fadas pode sim dar certo e é capaz de criar filmes espetaculares quando bem trabalhados.

“Nunca deixe o medo de errar impedir que você jogue.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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