Crítica | A Noviça Rebelde (The Sound of Music)

Nota
5

“Meu coração vai ser abençoado pelo som da música, e eu cantarei mais uma vez…”

Esperta e sonhadora, a jovem Maria (Julie Andrews), que estuda para ser freira, ainda tenta descobrir o seu lugar no mundo, e após zero esperanças de conseguirem adequá-la ao estilo de vida do convento, as freiras resolveram enviá-la para a casa do Capitão Georg Von Trapp (Christopher Plummer) para que ela pudesse trabalhar como governanta e tomar conta de seus 7 filhos, mas mal sabia Maria que ela iria para uma casa que inúmeras governantas tentaram educar as crianças sem sucesso. Apesar disso, com toda paciência, amor e com o seu violão, Maria vai transformar a vida de toda a família Von Trapp para sempre. Essa é a premissa de A Noviça Rebelde, de 1965, um clássico do cinema baseado em sua peça da Broadway de 1959, que rendeu a sua primeira adaptação às telonas 5 merecidíssimos Oscars.

Após o grande sucesso de Amor, Sublime Amor (1961), o diretor Robert Wise trouxe ao cinema mais um grandioso musical, dessa vez estrelado por Julie Andrews, que um ano antes havia estrelado o também musical clássico Mary Poppins (1964), e que não poderia haver uma escolha melhor para a Fraülein Maria, já que além da sua voz lindíssima de soprano, ela consegue encarnar muito bem a personagem que é doce, mas sem parecer ingênua e que tem uma dinâmica muito boa com todos os atores mirins que fazem os sete filhos do Capitão Von Trapp. Por ser uma exímia cantora, não é à toa que as músicas de A Noviça Rebelde são icônicas e referenciadas até hoje. Tendo “The Sound of Music” na sua cena de abertura, a música segue sendo muito referenciada na cultura pop pela cena marcante da Julie Andrews correndo nas colinas austríacas onde o filme foi filmado. Mas o filme segue sendo uma referência até hoje, sendo referenciado inclusive no sample de Ariana Grande em “7 Rings”, em 2019, baseando-se na música “My Favorite Things”

O sucesso de A Noviça Rebelde não foi apenas um sucesso de bilheteria e para a posterioridade, o filme também levou 5 das suas 10 indicações ao Oscar em 1966, arrastando premiações técnicas em Melhor Som e Edição, Melhor Trilha Sonora e levando 2 dos maiores prêmios da noite: Melhor Diretor e Melhor Filme, que marcaram a segunda vitória do diretor Robert Wise nas duas categorias, que haviam sido ganhas anteriormente por Amor, Sublime Amor. E tantas merecidas vitórias na premiação são totalmente justificadas, visto que o filme é bem sucedido em todas as áreas. 

O figurino de A Noviça Rebelde é muito bem detalhado, deslumbrante em momentos certos mas sobretudo muito criativo quando precisa ser, como quando a Maria decide costurar roupas para as crianças com as cortinas do quarto e vemos a mudança dos figurinos das crianças à medida que elas vão criando mais intimidade com a nova Governanta. Os cenários também são um show a parte, já que o filme não se limita aos montes deslumbrantes da Áustria, mas também com sets bem elaborados para a mansão dos Von Trapp, o convento e as cenas finais do filme que tem uma estética destoante de todo o resto do filme, mas que não só faz sentido com a trama como fecha muito bem com dramaticidade o rumo de Maria e da Família Von Trapp. 

A Noviça Rebelde é um daqueles clássicos do cinema que acalenta o coração. Estrelado por Julie Andrews, o musical clássico da Broadway consegue ser perfeito em tudo que se propõe: As suas músicas memoráveis, figurino impecável, cenários, coreografias, etc. De fato um daqueles filmes que quando se assiste dá-se muito bem para entender porque ele é aclamado como é, mas também que se tira a prova de que ele é realmente uma obra prima do cinema, e suas 5 premiações ao Oscar incluindo Melhor Filme estão aí para corroborar com isso.

 

Ilustradora, Designer de Moda, Criadora de conteúdo e Drag Queen.

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