Crítica | A Primeira Noite de Crime (The First Purge)

Nota
3

Após anos, os partidos Republicano e Democrata deixam de existir, e eis que surge a salvação da nação: o NPFA (Novos Pais Fundadores da América), que ascende resolvendo todos os problemas da sociedade e as crises e, após um tempo, sugerem um novo experimento social. O experimento consiste em 12 horas sem lei, em que o governo incentiva as pessoas a perderem toda e qualquer inibição, ele será realizado em Staten Island, e não tem participação obrigatória, mas como estímulo, 5.000 dólares é dado para quem fica na cidade, e mais prêmios para quem participa.

A história gira em torno de quatro pessoas: Dmitri, Nya, Isaiah e Dra. Updale. Dmitri, interpretado por Y’lan Noel, é um dos chefes do tráfico local, líder de uma das gangues e o mais rico, o ator vive rapidamente os dois lados do personagem, no inicio vemos um Dmitri duro, poderoso, inatingivel, mas aos poucos vemos o quando Nya mexe nele e vamos vendo sua evolução, partindo do chefão do tráfico ao amante arrependido, que joga a vida em risco para proteger sua ex-namorada. Do outro lado da moeda temos Nya, interpretada por Lex Scott Davis, a garota luta para proteger os moradores do seu bairro e lidera os protestos contra o experimento, lutando para impedir sua realização e depois, quando ele se inicia, dando um porto seguro a seus vizinhos.

Temos o irmão caçula de Nya, Isaiah, interpretado por Joivan Wade, que quer ajudar sua irmã a pagar as contas e acaba entrando, escondido, para o trafico de Dmitri, ele acaba também se tornando, escondido, um participante ativo no experimento. Por último temos a Dra. Updale, interpretada por Marisa Tomei, a psicologa que idealizou o experimento, mas entra num grande dilema quando o experimento não sai do jeito que ela esperava e sua experiencia vira uma arma politica, será que ela vai conseguir colocar tudo nos trilhos?

O longa trás toda a atmosfera, trilha e fotografia estupenda que vimos nos outros 3 filmes da saga, e dessa vez trazem muitos outros efeito que melhoram a trama, o problema é justamente os efeito visuais. De inicio temos cenas bem Black Mirror quando vemos o implante de chips rastreadores e a maravilhosa lente filmadora, que traz cores vivas aos olhos dos ativos no experimento, e deixam cenas lindas, e ainda facilitam identificar os que estão lá por proteção e os que estão lá para quebrar as leis. O problema começa quando, do meio pro final, os ataques se intensificam, as mortes aumentam, e os efeitos entram em declínio, chegando ao ápice na decepcionante explosão que se expande incendiando tudo e depois se recolhe, algo extremamente artificial e mal feito.

O elenco é primoroso, mas a atuação nem tanto, Tomei com certeza é o destaque do longa, com a melhor atuação mas pouquíssimo tempo de tela, o astro do longa é Noel, que passa por camadas, emoções e perfis diversos, mostrando tantas facetas que nos faz querer aplaudir seu trabalho. Por outro lado, Wade está mal, ele não passa a realidade de viver uma experiencia tão macabra, e não consegue se sair bem nem como corajoso e nem como covarde. Davis fica num meio termo, ela poderia ter sido melhor, mas tem uma atuação aceitável, talvez ela teve brilho demais e não conseguiu dar conta do protagonismo.

O longa volta ao inicio de tudo e mostra todas as implicações psicológicas, sociais e politicas do surgimento das 12 horas de crime, onde todos estão aprendendo o que é expurgar e mostram suas versões dessa libertação. O longa também explica como surgiu a ideia do expurgo e como surgiu a tradição de usar mascaras durante o evento, mostrando também toda a interferência politica que o governo pode ser capaz de fazer na busca pela aprovação do público.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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