Crítica | Adão Negro (Black Adam)

Nota

Novo filme do DCEU, Adão Negro é a história de um vilão da DC nos quadrinhos estrelado pelo homem que sabe fazer marketing, The Rock. O filme parece uma mistura de Velozes e Furiosos com Transformers 3, para ser mais preciso, resultando em um filme genérico com bastante ação do início ao fim, ou seja, um filme pipoca que vai agradar bastante gente com um protagonista com quem o público deve se identificar bastante. Não quero ser uma pessoa chata e estraga festas, mas amo filmes de super herói de verdade, e Adão Negro é um filme vazio, sem aprofundamento no desenvolvimento de personagens e com um texto que por si só é fraco.

Devo deixar claro que gostei do filme, mas ele tem muitos problemas que, com toda sinceridade, parece um Era de Ultron 2.0. A Sociedade da Justiça é a melhor coisa do filme, todas as lutas em que aparecem Senhor Destino e Gavião Negro são muito bem feitas, e esses personagens são bem aproveitados com bastante tempo de tela. Sim, é um prazer vê-los, principalmente por o Senhor Destino lembrar muito o Doutor Estranho, no melhor sentido possível.

É preciso chamar a atenção para a primeira cena de luta de The Rock, com uma trilha sonora que ajuda muito, é claro, e a composição da cena mostrando todo o vigor vilanesco de Teth Adam, como ele é chamado no filme, quando voltamos aos quadrinhos é clara a fidelidade da adaptação de Kahndaq, pais do Oriente Médio onde se passa o filme. O diretor Jaume Coullet-Serra usou bastante de câmera lenta, coisa que o Zack Snyder adorava fazer em seus filmes.

As cenas de ação realmente são muito boas, algumas até bem dirigidas, somadas a um CGI impecável, mas falta um texto que faça a história andar de forma melhor, o resultado é um filme corrido e movido apenas por ação, o que dificulta em conquistar parte do público. Sem muitos spoilers, o filme entrega um final que basicamente é pancadaria em CGI, onde inclusive é preciso aplaudir o desempenho de Pierce Brosnan e Aldis Hodge, mas com um enredo que continua raso.

Adão Negro acerta tanto quanto falha, ele deixa claro que, de fato, Adão Negro é tão forte quanto Superman, e faz questão de salientar isso. Tratado como vilão ou anti-herói, ele fica sempre tocando a ideia de que de fato ninguém é 100% vilão. De aviso final, deixo a confirmação de que temos uma cena pós crédito e que é recomendável ver a produção na melhor tela possível.