Crítica | Além da Morte (Flatliners) [2017]

Nota
3

Cinco estudantes de medicina, que buscam ficar famosos, resolvem iniciar um experimento para explorar o reino das experiências de quase morte

, e, na falta de cobaias legais, eles fazem a experiencia neles mesmos, parando seus corações por curtos períodos de tempo, o problema é que essa experiencia não vai trazer só coisas boas.

Os experimentados começam a ter visões em flash, como pesadelos da infância, vendo fantasmas das suas culpas se materializar, revendo os pecados que cometeram. De inicio, não há problemas, mas tudo piora quando não só esses fantasmas passam a enlouquece-los como passam a ferir fisicamente cada um deles, colocando a vida de todos em risco.

O longa é um remake de “Linha Mortal”, de 1990, longa que foi um sucesso na época, recebendo até indicação ao Oscar de Efeitos Sonoros, mas não envelheceu bem por conta dos exibicionismos de Joel Schumacher. Agora Arden chega com uma trama mais modesta, sem tantos efeitos e sustos, mas não consegue dar um teor moderno ao roteiro antiquado, principalmente quando vivemos numa época onde a franquia Sobrenatural mostra uma médium viajando para o além enquanto medita, quem vai se animar com um grupo de médicos se matando e revivendo para se tornar mais inteligente?

A trama dá uma melhorada quando os fantasmas do passado começam a interagir com suas vítimas, como a facada que Jamie leva, mas a explicação para tudo parece destruir toda a magia da trama, talvez até toda a trama perca o sentido quando é explicado o que causa todo o problema e nós perdemos o teor sobrenatural do inimigo, o que enfraquece e até embobalha o vilão.

O elenco porém não deixa a desejar. Temos a Nina Dobrev no papel de Marlo, a mais culpada do grupo e que tem a evolução mais sombria, além de protagonizar a melhor cena do longa; Ellen Page vive Courtney, a mais decidida do grupo e a primeira a passar pela experiencia, porém acaba sendo a mais frágil e mesmo tendo uma cena destaque com um enorme potencial, ela não mergulha o suficiente para dar um show.

Diego Luna chega como Ray, o certinho do grupo, mas que acaba apagado num filme tão forte, talvez por ele, assim como Page, ter um perfil mais forte para atuação em filmes indie. Kiersey Clemons vem com um bom destaque no papel de Sophia, que se inicia com uma pegada mais inocente e logo vai perdendo toda essa aparência ao expor não só seu intenso desejo em mudar como ao descobrirmos seu pecado do passado. O quinteto se fecha com James Norton no papel de Jamie, o colírio do filme que acaba ficando num meio termo, ele acaba sendo mais um apoio para a atuação de Clemons, tendo pouca evolução na rama, mas ainda assim tendo cenas que deixaram uma marca.

O longa conta ainda com a participação de Kiefer Sutherland no papel do Dr. Barry Wolfson, o médico responsável pelos cinco residentes e que pode ter sido escalado em homenagem ao seu papel como Nelson Wright, um dos cinco residentes, no longa original. O longa trás uma trilha que se encaixa bem e alguns, poucos, efeitos especiais que casam com o longa, mas ele não ousa nesses campos.

Acredito que um dos grandes problemas do longa é que o diretor acaba não ousando, deixando  muito do básico, apesar e vermos a extrema segurança e competência que ele tem ao migrar entre o drama e o terror durante as cenas do longa, e acaba confiando demais na atuação e não investindo pesado numa trama mais surreal ou em efeitos mais fantásticos para tornar o longa mais dinâmico, ou até se encaixar no meio dos sucessos do gênero, talvez seja por causa disso que Além da Morte acaba sendo um filme facilmente esquecível.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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