Nota
Se passando em 1957, “Annabelle 2: A Criação do Mal” é um prelúdio de seu antecessor, que se passa entre 1967 e 1968, e, mais uma vez, não conta com James Wan no comando, deixando o cargo para David F. Sandberg, responsável por “Quando as Luzes se Apagam”, e com roteiro de Gary Douberman, que deu um show em “It – A Coisa (2017)”. Duas pessoas familiarizadas com gênero e que possuem boas produções nos seus currículos.
Os primeiros minutos do longa são todos dedicados a explicar a criação da boneca, pelas mãos de Samuel Mullins (Anthony LaPaglia), o homem cria a boneca em homenagem a Annabelle Mullins, sua filha de 7 anos que morreu atropelada. Mais a frente percebemos que Ester Mullins (Miranda Otto), que sofre a perda trágica de sua filha, começa a sentir o espírito da menina vagando pela casa. Com o passar do tempo essa presença vai ficando cada vez mais forte, principalmente depois que o casal resolve acolher um grupo de órfãs, o que provoca ainda mais o clima de perturbação e inquietação no ambiente, o que leva ao erro fatal do casal: Conceder à entidade a permissão de utilizar o corpo da boneca para centralizar sua energia.
É perceptível que Sandberg se apoiou nas idéias praticas de produção de James Wan, se utilizando sempre de toques artísticos de sua própria essência, o que causou uma mudança positiva, ao combinar uma sensação de ansiedade com intensos jumpscare, que brincam conosco e se tornam divertidos em alguns momentos. A produção soube explorar bem o ambiente, indo bem além das clássicas paredes cheias de crucifixos, que a franquia normalmente traz. Dessa vez utilizou-se, magistralmente, do efeito dos reflexos, com enfase nos objetos cortantes, como vidros e espelhos, e em evidências de segundo plano, como silhuetas, fundos e papéis de parede.
Além de introduzir a história da criação de Annabelle, como parte do The Conjuring Universe, o longa ainda abre as portas para seu próximo spin-off, “A Freira”, personagem que aparece vagamente por alguns segundos na trama.
O segundo filme da Annabelle acabou servindo como uma correção ao primeiro, explorando ainda mais o spin-off sem contar a história inicial em torno da boneca. O que fez com que, para quem assistiu ambos os filmes, existisse uma sensação de que a ordem de lançamento fosse invertida, mas trazendo um esclarecimento que acabou agradando uma grande parte dos fãs da saga e do gênero.