Crítica | Army of the Dead: Invasão em Las Vegas (Army of the Dead)

Nota
4.5

“Cala a porra da boca e me escuta. Tire seus homens daí, Cavaleiro.
Abandone quem não puder se mover, você entendeu?
Afaste-se dessa localização agora, entendido?”

Depois que uma escolta militar sofre um acidente na estrada, a carga que está sendo escoltada acaba sendo comprometida, libertando um feroz e violento homem zumbificado nas fronteiras de Las Vegas, o que rapidamente inicia uma infecção de zumbis na cidade e força o governo a isolar a cidade e passar por meses de burocracia enquanto tentam decidir o que fazer para resolver o problema. Alguns meses depois, Scott Ward, um premiado soldado que ajudou no processo de evacuação e isolamento da cidade, é contatado por Hunter Bly para formar uma equipe, entrar em Las Vegas e buscar uma quantia de 200 milhões de dólares que estão guardados dentro de um cofre do subterrâneo do Cassino Bly.

Com um elenco um tanto quanto diverso, o novo filme de assalto e zumbis norte-americano da Netflix é dirigido por Zack Snyder com base em um roteiro feito pelo próprio Snyder junto com Shay Hatten e Joby Harold, e tenta pensar num cenário totalmente diferente para um filme de zumbi, com direito a uma mitologia muito bem construída e estruturada. Toda mitologia gira em torno do zumbi original do começo do filme, ele é o grande líder dentro do reino que virou Las Vegas, com direito a uma estrutura bem politizada e organizada, aqueles que foram mordidos por ele se tornam os Alfas, são aqueles que não perderam totalmente a capacidade de pensar, eles se tornam monstros pensantes e conseguem manter suas habilidades físicas e ser rápidos, os que não são mordidos pelo Original se transformam em Tropegos, os zumbis comuns, completamente lentos, dementes e que só sabem seguir a comida, eles são mais instintivos e muito menos controláveis. A mitologia ainda se expande com os zumbis animais, como é o caso de Valentina, o tigre zumbi que patrulha as fronteiras, e o cavalo que é cavalgado pelo Original, dando um ar maior de poder para ele.

Com uma mitologia bem definida e um antagonista marcante, resta ao roteiro se completar com personagens bem construídos, para ser mais exato, possuir um esquadrão formado por exatamente dez membros disfuncionais, com potencial de evolução e questões a ser resolvidas. O líder do grupo é o Scott de Dave Bautista, o típico brutamontes que foi moldado à frieza pelos pesadelos que viu pelo caminho, principalmente depois de precisar matar sua esposa (zumbificada) e se afastar da sua filha. Kate, a filha de Scott interpretada por Ella Purnell, é uma voluntária no campo de refugiados de Las Vegas e acaba se unindo ao grupo para tentar resgatar Geeta, uma amiga que resolveu se aventurar na terra dos zumbis em busca de dinheiro. Ana de la Reguera entra no elenco como Cruz, uma durona guerreira que segue Scott em qualquer loucura, que sofreu quando eles se separaram no passado e acabaram não vivendo todo o amor platônico que existia, e que agora pula de cabeça na missão e o ajuda a forma a equipe ideal.

A equipe se completa ainda com Vanderohe (Omari Hardwick), um dos membros do antigo esquadrão de Scott e que é um dos seus soldados de confiança; Mikey Guzman (Raúl Castillo), um cara que ficou famoso na internet ao gravar vídeos entrando em Las Vegas e matando alguns zumbis; Chambers (Samantha Win), que entra na missão junto com Mikey; Ludwig Dieter (Matthias Schweighöfer), é um desmiolado arrombador sem experiência nenhuma com o combate a zumbis, ele se torna essencial para a equipe por ser o único capaz de arrombar o cofre onde está os 200 milhões; Martin (Tig Notaro) é a outra impulsiva da equipe, ela é a piloto louca da equipe, que vai ser a responsável por pilotar o helicóptero que os fará sair de Las Vegas depois de o dinheiro ter sido pego, uma mulher capaz de aceitar qualquer serviço por Scott e por dinheiro. Na missão eles acabam precisando do reforço de Frank Peters (Garret Dillahunt) e A Coiote (Nora Arnezeder), o primeiro sendo o guarda-costas de Hunter que é enviado para vigiar a equipe e garantir que a missão seja cumprida, e a segunda sendo uma das refugiadas de Las Vegas, a única pessoa ali capaz de guia-los dentro da terra dos zumbis. Como se tudo isso não bastasse, o grupo tem ainda um deadline, eles tem 32 horas antes que o governo lance uma bomba nuclear em Las Vegas, na esperança de erradicar de vez o vírus zumbi, o que faz com que eles precisem estar fora do território antes que a bomba seja lançada.

O primeiro trabalho de Snyder pós-DC parece trazer uma boa carga de violência, breguisse e diversão, que podem ser resquícios que ficaram do trabalho na franquia, mas todas essas características parecem enriquecer ainda mais o desenvolvimento do roteiro, enriquecendo ainda mais o currículo do diretor, que é famoso por seus trabalhos com quadrinhos, ao se transformar numa verdadeira remontagem dos conceito base para os grandes blockbusters de zumbi. Comparar Army of the Dead: Invasão em Las Vegas com Sucker Punch é inevitável, visto que o longa de 2021 parece repetir a genialidade que o diretor alcançou com o de 2011, e tem grande potencial de se tornar um marco cinematográfico igual, ao mesmo tempo que revitaliza os ideais de heroísmo e sanguinolência.

 

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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