Crítica | Azrael

Nota
2.5

Dirigido por E.L Katz (The Hauting of the Bly Manor), Azrael é um longa que traz um mundo devastado tomado por criaturas assustadoras que se alimentam de sacrifícios humanos fornecidos por um grupo de sobreviventes que tem o objetivo de mante-las sobre o controle. A princípio nos deparamos com um casal de sobreviventes, Azrael, interpretada pela talentosa e experiente no terror, Samara Weaving (Casamento Sangrento e Pânico VI) e seu parceiro Kenan, interpretado por Nathan Stewart-Jarret, que logo são capturados por outro grupo de sobreviventes que alimentam essas criaturas para mante-las longe de seu vilarejo em um tipo de ritual bizarro em meio a floresta, mas durante esse sacrifício as coisas dão errado para o grupo e a vida da protagonista é poupada e, logo em seguida, em uma cena intensa e de tirar o fôlego, vemos o primeiro vislumbre da criatura que parece ser uma versão mais aterrorizante de um zumbi.

Depois de sobreviver ao ataque da criatura, os protagonistas acabam se separando e é nesse momento que começa uma busca implacável de Azrael pelo seu namorado, o que a faz descobrir segredos que não deveriam ser desenterrados, e é nessa sequência que Samara Weaving mostra para a que veio, entregando uma de suas melhores atuações até o momento enfrentando obstáculos inimagináveis em busca do seu namorado e de respostas para perguntas que nem mesmo ela sabia que existia.

Por se tratar de mais um filme pós-apocalíptico, não existe nada de novo aqui, apenas algumas mortes extremamente gráficas utilizando efeitos práticos que faz o estômago de qualquer um revirar, além de impactar com as cenas de gore para tirar sua atenção da historia rasa que desenrola para se transformar em um culto satânico, onde o grupo que faz sacrifícios humanos espera um Messias para salva-los daquelas criaturas famintas, e é a partir dai que conhecemos Miriam, interpretada por Vic Carmen Sonne, que está grávida de um bebê que acreditam ser o salvador da humanidade.

O roteiro tenta ousar, buscando meios de se destacar ao usar cenas cruas que só funcionam graças ao diretor experiente e isso é tão perceptível que acaba nos deixando confusos em alguns momentos durante o decorrer do filme, já que a narrativa anda e anda mas não chega a lugar nenhum. No ápice final, as respostas são jogadas no nosso colo sem mais nem menos, deixando um gosto amargo na boca de quem está assistindo, mas o diretor soube como prender a nossa atenção com cenas de tirar o fôlego, utilizando de cenários sombrios durante a noite para nos deixar apreensivos pensando no bem-estar da protagonista, já que as criaturas continuam escondidas no meio da floresta que não tem quase nenhuma iluminação. A escolha do diretor de utilizar do ambiente ao seu favor é bastante perceptível tanto nas cenas de ação como na sequência final, com direito a uma final girl cheia de sangue que funciona depois de horas e horas arrastadas de enrolação.

Azrael é intenso e chocante na mesma proporção, mas deixa a desejar com um roteiro vazio e totalmente previsível. Não da para negar que um dos pontos positivos do filme é a atuação excepcional da scream queen Samara Weaving, que consegue cativar o público do inicio ao fim e mesmo com poucas falas consegue passar dor, raiva e ódio com apenas um olhar. A jornada de Azrael é vazia e sua motivação não convence em nada, mas por outro lado é sempre divertido acompanhar a Samara Weaving lutando pela sobrevivência em planos sequências com direito a muito sangue e adrenalina.

 

Médica Veterinária que ama cinema e adora tudo envolvendo a cultura pop.

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