Crítica | Bohemian Rhapsody

Nota
4

Freddie Mercury e seus companheiros, Brian May, Roger Taylor e John Deacon mudam o mundo da música para sempre ao formar a banda Queen durante a década de 1970. Porém, quando o estilo de vida extravagante de Mercury começa a sair do controle, a banda tem que enfrentar o desafio de conciliar a fama e o sucesso com suas vidas pessoais cada vez mais complicadas.

Uma das maiores bandas da história terá sua história recontada nos cinemas a partir dessa próxima quinta feira (01). Com a direção do experiente Bryan Singer, teremos a estreia de Bohemian Rhapsody, longa que conta a história da banda Queen, liderada pelo cantor Freddie Mercury. A produção mostrará como a banda teve seu início, sua ascensão meteórica e todos os problemas que vieram depois com as discussões internas, drogas, lidar com a mídia e tudo mais.

O ritmo do filme é ditado desde o início. Sem tempo a perder, pois se trata de uma história com diversos pontos de vistas para contar, Singer aposta em um ritmo acelerado onde tudo acontece de forma rápida e espontânea. Podemos dizer que é um ritmo bem condizente com o que conhecemos da banda. Como já era de se esperar, a trilha sonora tem um poder de criar uma atmosfera incrível nas cenas, contudo, o que mais chama a atenção é ver algumas curiosidades de como as músicas foram compostas, desde as letras cheia de metáforas, ou mesmo melodias. E o filme faz o público entender a razão de certas batidas e notas musicais em determinado ponto da música, o que deixará o público certamente maravilhado.

Contudo, com certeza o que deixará o público sem conseguir tirar os olhos da telona é a performance do ator Rami Malek. Desde o começo das gravações, tinha ficado muito visível a semelhança física que ele iria conseguir entregar do protagonista, porém o jovem ator que já brilha na série Mr. Robot, entrega algo muito mais além disso. Desde a respiração, o sotaque e os trejeitos do cantor, Malek incorpora muito bem o espírito criativo e exocêntrico de Freddie Mercury, e ele consegue fazer isso tanto em cima quanto longe dos palcos. Apesar da sua ótima atuação cantando e dançando como o cantor, as cenas que mais chamam a atenção são as longes do palco, onde exatamente ele não tinha que ficar se preocupando em dublar a voz de Mercury.

O longa consegue abordar bem os problemas que a banda enfrentou, como as críticas negativas de algumas músicas, as divergências entre os integrantes, as pessoas que queriam se aproveitar apenas do sucesso deles, as drogas, a homossexualidade de Mercury e tudo mais. Contudo, é visível ver que o filme não quis se aprofundar demais nisso, e na verdade, a proposta mesmo é de ser uma grande celebração a memória da banda. E com certeza, tudo isso é entregue no maravilhoso ato final da produção.

Bohemian Rhapsody é uma verdadeira celebração a música e as pessoas que apreciam desse mesmo sentimento. A cinebiografia da banda não parece ser do tipo que está se importando em concorrer e ganhar os principais prêmios do cinema, e no final das contas, é uma boa metáfora a uma banda que não se importava com que os outros pensavam, e sim, queria cantar e fazer música de qualidade para o público. E é exatamente isso que temos aqui. Um filme para o público e para os fãs.

 

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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