Nota
Baseado no livro de Jo Nesbo, e com um nome que nessa época do ano nos faz pensar em renas e trenós, Boneco de Neve nos leva para a história do detetive Harry Hole (Michael Fassbender), que em meio ao alcoolismo e seus dramas familiares se vê envolvido na investigação da detetive Katrine Bratt (Rebecca Ferguson)
, que trata do desaparecimento de mulheres, onde o ponto incomum mais evidente é o surgimento de um boneco de neve próximo ao local do sumiço das vítimas. O filme conta com Val Kilmer, J.K. Simmons, Charlotte Gainsbourg, Jonas Karlsson, e outros. Boneco de Neve é dirigido por Tomas Alfredson.
Cada vez que você pisca os olhos surge um novo filme de investigação policial, o que nos faz voltar várias vezes ao cinema para ver o detetive problemático resolver casos que fogem do comum é a forma como essa história é contada, nesse quesito, Boneco de Neve quase acerta. Os dois primeiros atos do filme possuem um ritmo interessante, prendendo o espectador com pistas sobre os crimes e lacunas de informação que condicionam a imaginação a tentar solucionar os casos antes dos protagonistas, infelizmente esse gostinho não dura até o terceiro ato, nos dando soluções pobres e conclusões de cena que só servem para justificar o desenvolvimento do personagem principal.
Fassbender entrega aquele típico personagem clichê que todo mundo se identifica em algum momento, o homem bom e atormentado, que tenta se mostrar uma pessoa melhor, enquanto é impedido pelo trabalho e os acontecimentos. Rebecca não fica muito atrás na construção de um estereótipo de um drama policial, sua personagem ocupa a vaga da investigadora com um segredo que em algum momento será importante para a trama. Essas características são mostradas desde o início, situando o espectador na dinâmica do longa.
Precisamos falar do Val Kilmer e sua única expressão facial durante todas as cenas em que ele aparece, não sei se por uma limitação física, mas o ator não consegue ser mais convincente que um urso de pelúcia vestido de policial, chega a ser incomodo acompanhar o Rafto (personagem do mesmo) em ação. Em contrapartida J.K Simmons rouba a atenção do público sempre que está em cena. Menção honrosa para os segundos de Jaime Clayton no longa, a nossa querida Nomi aparece para aquecer nossos corações em meio a tanta neve, embora tenha um tempo de tela quase inexistente.
Mesmo com vários deslizes (lembre dessa frase quando assistir), Boneco de Neve consegue empolgar em momentos pontuais e divertir o espectador que não se sinta incomodado com um pouco de sangue no cinema, não é um filme que ficará em sua memória, mas vale a pena conferir. O longa chega aos cinemas dia 23 de novembro.
Edu Vieira
Estudante de Museologia na UFPE, Cavaleiro Jedi, viciado em cinema, HQs, e coleções. Já gastou mais tempo de vida vendo séries que dormindo.