Crítica | CHIPS – O Filme (CHiPs)

Nota
3

Jon Baker (Dax Shepard) e Frank Poncherello (Michael Peña) deveriam ser simples agentes da  California Highway Patrol, mas esses patrulheiros rodoviários acabam se envolvendo na caçada de uma gangue de assaltantes de carros fortes que vem aterrorizando a Califórnia. Tudo acontece por que Poncherello é, na verdade, Castillo, um agente do FBI infiltrado, que deveria estar tentando descobrir quem é o policial infiltrado da CHP que está ajudando a gangue, mas resolve ir além do seu serviço.

A introdução do longa é suficiente para nos apresentar os três grandes focos do enredo. Conhecemos o motorista Chacho, que se revela Castillo infiltrado em uma equipe de assaltantes de banco de Miami para prendê-los, mas que acaba se mostrando um ninfomaníaco, que transou com a esposa do seu investigado, e insensível, atirando no ombro de Clay Allen, seu parceiro. Na California, Jon se matricula na California Highway Patrol Academy, onde tem baixa pontuação de aptidão em todos os campos mas pilota moto melhor do que a maioria dos cadetes, o que faz a Sgt. Gail Hernandez (Maya Rudolph) dar uma graduação em estágio ao rapaz, lhe dando a chance de se provar em ação ou ser demitido. Ainda na California, uma van blindada é atacada por uma equipe de ciclistas, onde o guarda é rendido por um conhecido, que ele identifica como LT, e é usado para chantagear TJ, que surge na cena do crime em um helicóptero da polícia, que deve escolher quem morre, ele ou seu namorado (o guarda do carro forte), terminando com TJ saltando do helicóptero para a morte.

Baseado em CHiPs, seriado de televisão criado por Rick Rosner em 1977, o longa de 2017 é dirigido e roteirizado por Dax Shepard, que interpreta Jon no filme. Com Vincent D’Onofrio no papel antagonista, ao lado de Justin Chatwin, o longa adiciona boas doses de ação e humor escrachado à premissa da série nostálgica, que girava em torno de dois policiais rodoviários que resolviam crimes e se metiam em confusões pelas estradas da Califórnia, criando uma trama que parece muito mais ser uma prequela aos fatos da série, já que a produção mostra a chegada de Ponch e Jon à CHP e poderia, facilmente, gerar uma série seguindo a pegada contemporânea dada por Shepard e Peña, mesmo que o longa tenha errado em seu roteiro fraco e não tenha seguido os passos valiosos do material original, tendo inclusive não conseguido a cooperação da California Highway Patrol (CHP) e nem a licença para usar os logotipos da CHP.

Apesar de não ter sido construído com um roteiro muito o contundente, e ter tido várias falhas na sua base, o longa não só constrói uma boa base para uma série sequencia, como ainda traz um elenco cheio de presenças ilustres da comédia americana, que infelizmente surgem, na maioria das vezes, como participações e tem aproveitamento nulo para a trama. Além de Justin Chatwin e Maya Rudolph, que têm pouquíssimo impacto no desenrolar da trama, temos ainda as presenças de Kristen BellJane Kaczmarek, Mae Whitman, Adam Rodriguez e Josh Duhamel, além da majestosa participação de Erik Estrada, interprete Poncherello na série de 77. Fica claro que o longa quis passar longe da nostalgia, investindo pesado numa trama cheia de clichês, piadas sexuais e cenas de ação que não evoluem proveitosamente, dando uma boa premissa que parece se perder nas mãos da direção/roteiro de Shepard, sendo a produção claramente salva apenas pelas suas atuações. CHiPs não é uma homenagem digna, mas possui 100 minutos de muita comédia gráfica, que começa agradando mas começa a ficar incomoda no decorrer do filme, nos fazendo questionar se o longa não teria sido bem melhor se o próprio Shepard tivesse se mantido apenas no protagonismo e dado as cadeiras de roteiro e direção para pessoas muito mais hábeis.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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