Crítica | Cinderela Pop

Nota
2

Cintia Dorella é uma adolescente que descobre uma traição no casamento dos pais. Descrente no amor, ela vai morar na casa da tia e passa a trabalhar como DJ, tornando-se a Cinderela Pop. Mas ela não esperava que um príncipe encantado pudesse fazê-la se apaixonar.

Na próxima quinta feira (28) estreia nos cinemas brasileiros o longa Cinderela Pop. A produção estrelada por Maisa Silva tem mais uma vez a direção de Bruno Garotti, que já trabalhou com a jovem atriz no divertido Tudo por um Popstar, longa que chegou nos cinemas no final do ano passado. O diretor e a atriz se juntam para tentar fazer a adaptação da releitura divertida do clássico conto de fadas da princesa que perde seu sapato de cristal e que precisa enfrentar a madrasta para encontrar o seu amor.

Eu particularmente gostei do trabalho que Garotti exerceu na produção de Tudo por um Popstar. No projeto lançado em 2018, ele conseguiu identificar muito bem quem era seu público e se comunicar com ele. Além de ser uma história divertida de três amigas que viajam para conhecer seu artista favorito, o filme conta com pelo menos duas boas músicas, que o público-alvo poderia se reconhecer tanto nas letras quanto nos cenas em que essas músicas foram apresentadas.

A grande questão em Cinderela Pop, é que o diretor não sabe muito bem pra quem ele está entregando o filme. Se em Tudo por um Popstar ele estava bem ciente do seu público infanto-juvenil, agora, em 2019, ele oscila bastante, uma hora tentando se comunicar com esse mesmo público e em outros momentos tentando se comunicar com um público mais velho. Além disso, por se tratar de uma releitura de uma história que a grande maioria das pessoas já conhecem, nas poucas inovações que o roteiro tenta trazer, acabam sendo mal encaixadas no decorrer do longa. Outro fator abaixo em relação à produção de 2018 é a canção tema do filme, que não tem a mesma energia e carisma.

Pois bem, no fim das contas, Cinderela Pop acaba se tornando uma releitura bem vazia do clássico e soma pouca coisa para a nova geração. O filme não consegue se decidir para quem quer se comunicar, e com isso acaba se comunicando pouco ou, como em muitas vezes, para ninguém.

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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