Crítica | Corpo e Alma (Teströl és Lélekröl)

Nota
3

Uma história de amor que começou em sonho, literalmente. Numa dualidade entre o dormir e o acordar, duas pessoas que não se conhecem têm sonhos exatamente iguais, e acabam se encontrando diariamente todas as noites nesse mundo paralelo de fantasia. Quando chega a hora de se encontrarem de verdade, a situação se mostra ainda mais complexa.

Existem situações que apenas o cinema pode proporcionar. Estudar a personalidade de indivíduos e questionar a forma como o ser humano se relaciona um com o outro, pode ser feito de inúmeras maneiras, e o cinema tem uma força única de trazer metáforas e se utilizar de diversas linguagens em uma mesma história, que, apesar de parecer complexa em muitos momentos, trata do assunto mais universal de todos: O amor.

Corpo e Alma, romance/drama dirigido pela diretora Ildiko Enyedi, traz um verdadeiro estudo de caso sobre como as pessoas possuem feridas de relacionamento anteriores, e como isso reflete na busca por um novo amor. O receio de se entregar novamente, de arriscar-se , abrir-se para novas possibilidade, e principalmente, executar tudo isso de uma maneira mais lenta, mais fechada, todavia, com a busca do mesmo resultado de antes: Ser feliz.

O longa traz a história de Mária, interpretada por Alexandra Borbély e Endre,  vivido por Morcsányi Géza, que são funcionários de um abatedouro de gado. Eles começam a trabalhar juntos, contudo, a distância entre seus cargos, e a frieza que os dois dividem, são alguns dos obstáculos para esse casal. Eles então começam a ter o mesmo sonho, onde o diálogo a partir de um casal de animais, começa a acontecer.

Apesar do ritmo lento, metafórico e em alguns momentos óbvio, a verdade é que Corpo e Alma consegue dialogar de um jeito estranho, porém muito sensível e sincero com o telespectador. Encontrando novas maneiras de falar sobre relacionamentos e pessoas.

 

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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