Crítica | Crush à Altura (Tall Girl)

Nota
3

Jodi (Ava Michelle) é uma garota que tem que lidar com as inconveniências por ser uma pessoa alta. As coisas passam a mudar quando ela se apaixona por um bonito intercambista Stig (Luke Eisner), que vai morar na casa do seu melhor amigo Dunkleman (Griffin Gluck). Como resultado, a mesma se vê completamente numa situação embaraçosa dentro de um triangulo amoroso inesperado, que ajuda a perceber que ela é bem mais que suas inseguranças.

Vivendo um bullying constante na escola e ouvindo piadas que mexem com sua autoconfiança, Jodi passa a se privar de diversas coisas da sua adolescência e se privando também da sua relação com sua família. Fareeda (Anjelika Washington), uma jovem negra que toma as dores da sua amiga, defendendo a mesma quando sofre algum tipo de ofensa na escola, e tentando de alguma forma motivar sua amiga a se sentir confiante com relação a sua vida social.

Seus pais, Richie (Steve Zahn) e Helaine (Angela Kinsey), sempre mostraram um medo sobre o estado de saúde da filha com relação a altura, isso foi um fator significante para causar frustrações em Jodi, levando a família a força-la em se relacionar com pessoas altas, entre outras coisas. Durante sua mudança, sua mãe e sua irmã foram as pessoas que mais deram apoio , mesmo quando Jodi passou a demonstrar uma certa repulsa à sua pequena mudança.

Quando Stig, Jodi resolve buscar ajuda com sua irmã Harper (Sabrina Carpenter), para conquistar o garoto, tentando dar uma repaginada em seu visual e buscando a deixar mais autoconfiante e bonita, para que possa despertar o interesse do seu crush.

No roteiro é perceptível que o projeto não entrega uma total profundidade, o que causa inconsistência no desenvolvimento de seus personagens. Ao invés de entregar profundidade à personagem de Ava, a trama da voltas ao tentar descobrir que é mais que sua altura e que a mesma pode buscar confiança de dentro de si mesma, independente de qualquer coisa, essas falhas puderam ser mascaradas graças à trilha sonora que trouxe faixas que casaram bem com suas cenas e deram um “up” em algumas cenas. A fotografia do longa mostra Nova Orleans de forma impecável, com tons fortes e bons efeitos em suas câmeras. O cenário escolar, a casa de Jodi e sua família, entre outros lugares, são bem trabalhados e trazem uma excelência para as filmagens.

Ao invés de contar a história de superação de seus traumas, a Netflix contou a história de uma garota que muda suas exigências para encontrar o homem perfeito em seu amigo. Com tantos altos e baixos durante o projeto, é interessante ressaltar o amor que existe entre Jodi e Hasper e a união que ambas tiveram, mostrando suas vulnerabilidades, mostrando que ambas não são perfeitas, mas que cada uma tem sua essência e que cada uma pode conquistar o que quiser dentro de seus mundos.

O amor pode ser mostrado de diferentes formas, e o amor entre irmãs foi algo significativo no longa, principalmente quando vemos Hasper querendo defender a irmã no momento que ela mostrou maior crescimento e amadurecimento, ao se entender como uma pessoa “normal”, e Jodi entendendo que sua irmã também passou por questões parecidas durante sua carreira como miss.

 

Formado em Letras, atualmente cursando Pós-graduação em Literatura Infantil, Juvenil e Brasileira. Sentindo o melhor dos medos e vivendo a arte na intensidade máxima. Busco sentir histórias, memórias, escrever detalhes e me manter atento a cada cena no imaginário dos livros ou numa grande tela de cinema.

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