Crítica | Demon Slayer – Mugen Train: O Filme (Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba the Movie: Mugen Train)

Nota
4.5

“ Kyojuro, pense bem em minha próxima pergunta. Você sabe porque você nasceu mais forte que outras pessoas?”

Após uma série de desaparecimentos misteriosos assolar um trem, a Organização de Caçadores de Demônios entra em ação, apenas para ter seus planos frustrados em uma sequência de tentativas infrutíferas. Visando diminuir as baixas, o Pilar das Chamas, Kyojuro Rengoku, assume a responsabilidade de eliminar de vez a ameaça.

Esperando conseguir algumas respostas, Tanjiro, Nezuko, Inosuke e Zenitsu embarcam na locomotiva, apenas para descobrir que as forças demoníacas ali presente já iniciaram seu plano sinistro. Enquanto enfrentam uma prova avassaladora, o grupo precisa reunir cada grama de sua força de vontade para desembainhar suas espadas e proteger os passageiros a bordo. Mas, é somente na escuridão que a verdadeira chama brilha.

Após uma estreia estrondosa, Demon Slayer anunciou sua sequência, trazendo-a não através de uma nova temporada do anime, mas transformando a saga subsequente em uma adaptação cinematográfica, explorando um dos enredos mais aguardados pelos fãs na melhor qualidade possível. Mas, devido a pandemia, o longa ficaria afastado do público ocidental por um longo tempo, aumentando ainda mais nossa curiosidade sobre a continuação da história.

A grande verdade é que Demon Slayer – Mugen Train: O Filme vale cada segundo de espera. Dirigido por Haruo Sotozaki, o longa preenche seu espaço de maneira magnifica, trazendo a qualidade gráfica já esperada e aprimorando conceitos interessantes para a obra. Os próprios poderes mostrados no longa possibilitam inúmeras dinâmicas de aprofundamentos pessoais, discutindo questões oportunas que engrandecem ainda mais a narrativa.

Não é a toa que o roteiro abuse do subconsciente de seus personagens, construindo um paralelo chocante que mostre a fragilidade em que eles se encontram, além de condizer com as personalidades que tanto amamos conhecer. As dúvidas que eles demostram são tão reais que conseguimos entender bem o sentimentos que cada escolha traz, tornando tudo ainda mais emotivo e poderoso dentro do novo arco.

Por ser uma obra mais condensada, o longa aproveita cada segundo mostrado, trazendo uma construção acelerada que combina com o pequeno arco que foi adaptado. Somos apresentados à problemática e suas nuances logo de cara, desvendando os mistérios e consequências junto com os personagens, enquanto questionamos e aprendemos com cada ato tomado para o ápice da narrativa. E é exatamente aí que mora o brilhantismo do filme, em sua crueldade sinistra que nos informa que uma nova fase está prestes a começar.

As batalhas são estonteantes e bem colocadas, demostrando o cuidado da produção com sua crescente enquanto constrói uma desenvoltura a cada nova luta, aprimorando as artes impecáveis já mostradas no anime. Cada segundo das cenas de ação é empolgante e distinto, possibilitando ensaios poderosos sobre a força de cada personagem.

São nesses momentos que percebemos a urgência e dificuldade nos novos níveis da história, enquanto temos uma crescente de força nos momentos mais calmos da narrativa, trazendo, assim, um balanceamento preciso para a história.

Tanjiro precisa de cada fibra do seu corpo para fazer o que é necessário, lidando com seus desejos mais profundos enquanto encara sua dura realidade. Suas ações são carregadas a cada nova virada da história, demostrando um crescimento palpável do garoto que conhecemos na primeira temporada. O rapaz tem ciência de suas fraquezas e mesmo assim encontra forças onde outros sucumbiram, construindo uma gentileza imaculada que toca a todos que estão ao seu redor.

Inosuke demostra um ótimo alívio cômico com sua brutalidade e falta de tato. O rapaz traz sacadas magníficas que condizem com sua personalidade, além de ser uma peça chave na crescente da narrativa. Nezuko tem seu momento de brilhar, mas se torna mais um recurso narrativo do que uma participante em si. Já Zenitsu aparece para piadas pontuais e saídas oportunas, para costurar o roteiro sem trazer grande peso na trama.

Enmu traz um bom vilão, com seu jeito sádico e maligno que casa perfeitamente com a doçura enjoativa de sua voz. O demônio recebeu um novo poder de seu mestre e sabe usar as oportunidades que lhe são mostradas, controlando a todos ao seu redor enquanto usa sua habilidades para cobrir suas fraquezas. Sua geniosidade e malícia trazem uma combinação perigosa, que aprimoram problemáticas cruéis e bem pensadas para a trama.

Mas o grande destaque está em Rogoku, que consegue nos conquistar a cada segundo de tela em que aparece. A trama é tão precisa em seu desenvolvimento que conseguimos sentir empatia e admiração em tão pouco tempo. O Pilar das Chamas cresce a cada nova aparição, trazendo um sentimento avassalador que consome o espectador, apenas confirmando sua potência quando o ápice chega às telas. É com ele que questionamos as diferenças entre humanos e demônios, aprimorando a eterna dúvida sobre o que nos faz continuar e sobre o que nos mantem como somos, quando tantas coisas estão contra o nosso favor. É impossível não se sentir conquistado e criar um forte vínculo com sua persona, demostrando mais uma vez que ainda precisamos conhecer o enorme leque de personagens que esse mundo tem a nos oferecer.

Elevando sua obra a um novo patamar, Demon Slayer – Mugen Train: O Filme nos informa que uma era mais sombria se aproxima. Deixando um gosto agridoce na boca, o longa constrói bem seu próximo gancho, trazendo uma narrativa magnifica que consegue agradar não só aos fãs mas todos aqueles que se aventuram por aqui. Uma obra que vale cada segundo de ansiedade,  mostrando a verdadeira potência da nova geração de animes que está chegando.

“Eu vou cumprir meu dever! Não vou deixar ninguém aqui morrer.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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