Crítica | Duna: Parte 2 (Dune: Part Two)

Nota
4

O escolhido? Ou o falso profeta? Paul Atreides (Timothée Chalamet) agora tem a difícil missão de conquistar o povo Fremen, para fazê-los confiar nele e em sua mãe, Lady Jessica (Rebecca Ferguson), enquanto eles tentam agora se vingar dos conquistadores que acabaram com sua família. Enquanto isso, Chani (Zendaya) segue incerta se deve confiar em Paul, e ao mesmo tempo discorda veemente de todos que querem confiar cegamente no jovem Atreides, principalmente de Stilgar (Javier Bardem), que acredita com bastante fé que Paul é o escolhido da profecia.

Sendo a continuação do sucesso que foi Duna: Parte 1, seu sucessor, Duna: Parte 2, traz uma constância na trama que conquistou os fãs já no primeiro filme. A continuação, entretanto, consegue ser mais dinâmica e, consequentemente, menos lenta, tendo um foco maior nas batalhas entre os Fremen e o Império, o filme traz muita ação com efeitos de tirar o fôlego. Isso tudo com uma produção que o diretor Denis Villeneuve ousou em fazer propriamente para o formato de cinema IMAX, que faz uma enorme diferença para conquistar o espectador que irá ao cinema a partir desse dia 29 de fevereiro.

Mas não é só a qualidade de imagem e de som do IMAX que faz a continuação da franquia Duna ser tão boa. A produção do filme se mostra muito mais detalhada, com os figurinos que conseguem superar o primeiro filme em níveis de detalhe, a caracterização dos personagens que, junto da cinematografia, entregam um visual incrível em diversos momentos do filme, em especial a caracterização do ator Austin Butler, que após viver Elvis no biográfico aclamado pelo público, se mostra num projeto completamente diferente no papel do desequilibrado Feyd-Rautha, mostrando que não só de um rostinho bonito que se faz um bom ator. Mas além disso, as ambientações e os efeitos, que são uma mistura de efeitos práticos com CGI, conseguem superar o nível de detalhes de Duna: Parte 1.

E o sucesso do primeiro filme não foi apenas em bilheteria como também nas premiações do cinema. No Oscar, Duna levou 6 de suas incríveis 10 indicações à estatueta dourada, sendo a maior parte das conquistas em categorias técnicas. Agora, na sua continuação, Duna: Parte 2 vai com certeza sair varrendo estatuetas técnicas para casa também, já que seu diretor não economiza em recursos visuais para seu novo filme, o que faz o filme ser um grande favorito para levar Melhor Som e provavelmente Melhor em Efeitos Visuais no Oscar 2025. Fica a dúvida se o filme levará os mesmos prêmios novamente, e se há a possibilidade de uma indicação nas categorias de atuação para alguns de seus protagonistas, mas ainda é muito cedo para saber.

Os fãs da Zendaya podem ficar tranquilos nessa continuação! O que desapontou muitos fãs no primeiro filme da franquia, não acontece em Duna: Parte 2, já que sua personagem, Chani, não só tem extrema importância para o enredo do filme como também aparece do começo ao fim. Sua presença no filme é com certeza algo que anima muitos, mas não apenas pela fama da atriz, e sim porque ela dá um show e rouba cena quando contracena com seu parceiro Timothée Chalamet, que por sua vez teve uma performance muito básica no primeiro filme, e consegue ter uma performance mais complexa nessa sequência. Timothée tem uma atuação gradual que vai crescendo à medida que seu personagem vai chegando no seu objetivo, e apesar de no início do filme ele parecer que ficaria na mesma atuação de sempre, ele consegue surpreender na metade final do longa, com uma atuação enérgica e que sustenta o fato de seu personagem ser um líder. Outro que rouba a cena é Javier Bardem, trazendo um humor perfeito para momentos tensos, e sendo um ator de suporte perfeito para todas as cenas.

Duna: Parte 2 foi um acerto para a franquia, conseguindo superar o primeiro filme em muitas questões, principalmente pelo seu pacing mais acelerado e com muito mais cenas de ação, que pode agradar quem não gostou tanto do primeiro filme, e agradar muito mais quem gostou. O diretor Denis Villeneuve surpreende com os efeitos práticos e cenas belíssimas naquele deserto do planeta Arrakis, isso tudo atrelado a um trabalho minucioso de direção de arte e figurino, que traz ainda mais imersão ao mundo criado por Frank Herbert

 

Ilustradora, Designer de Moda, Criadora de conteúdo e Drag Queen.

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