Crítica | Errementari – O Ferreiro e o Diabo (Errementari – El Herrero y El Diablo)

“Um homem tão mal, tão cruel, que o próprio diabo o temia, um Ferreiro.”

Patxi seria um ferreiro comum, se ela não tivesse feito um pacto para sobreviver à guerra. O homem deu sua alma a um demônio e voltou para casa vivo, mas acabou encontrando a desgraça na sua volta, o que resultou no suicídio de sua esposa. Alguns anos depois, o homem acaba se cativando por Usue, uma garota doce que parece não ter medo da lenda que surgiu ao redor do homem, e principalmente, uma garota que sente empatia por ele e por seu fardo.

Além dos dois protagonistas, um dos maiores astros do longa é Sartael, o prisioneiro do ferreiros, o demônio a quem o homem deu sua alma, um ser maléfico poderoso que veio em busca de seu pagamento e foi pego numa armadilha, mas eis que esse demônio não se torna o vilão da historia, já que ele nos cativa e nos faz sentir pena de sua condição. Aos poucos somos levados a conhecer o verdadeiro vilão da trama: Alastor.

O longo se baseia na fábula do folclore basco, chamada “O Ferreiro e o Diabo”, na historia original o ferreiro pede superpoderes em troca de sua alma, nessa temos um homem muito mais real, que pede por sua vida e nos deixa mais frágeis a nos apegar, um homem que assume uma posição paternal quando encontra Usue e que nos faz ver o bem por trás do amedrontador ferreiro. O homem, que sobreviveu à Guerra Carlista, vive isolado do povoado da Espanha de 1833, ele guarda o seu segredo tão bem que muitos o temem sem realmente saber o fardo que o persegue.

Surreal e nada amedrontador, Errementari parece ser muito mais um drama cheio de lição de moral do que um terror ou suspense. Sua maquiagem é extremamente bem feita, principalmente quando vemos o extremo cuidado ao preparar os demônios e nos figurinos dos personagens, os cenários são ainda mais literais, é dificil não crer que estamos vendo um filme antigo, e mesmo com suas limitações ele não as extrapola, chegando aos limites mas sem fraquejar no visual convincente.

Se você quer ver uma bela historia, um tanto quanto cansativa, mas que vai marcar na sua memoria assim como os contos de fadas da Disney, essa é uma boa escolha. O longa foi distribuído em nossas terras pela Netflix, que traz uma dublagem bem trabalhada e com vozes bem características, melhorando ainda mais a personalidade de cada personagem.

https://youtu.be/CE6QJTUy6Ks

Icaro Augusto

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.