Crítica | Escape Room 2: Tensão Máxima (Escape Room: Tournament of Champions)

Nota
3.5

“Desde os primórdios da civilização, sabemos que existe algo de muito atraente em observar os humanos lutando por suas vidas…”

Pouco mais de seis meses se passaram desde que ZoeyBen saíram vivos do jogo assassino da Minos Escape Rooms, mas a dupla ainda vivem pesadelos lembrando o que aconteceu e resolvem entrar numa jornada para desmascarar a empresa criminosa e impedir outras pessoas de serem mortas nos seus jogos. Eles só não esperavam que Henry estivesse preparado para tudo que ia acontecer e criasse uma armadilha, atraindo a dupla até um vagão de trem onde eles acabam encontrando com TheoBriannaRachelNate, quatro outros vencedores de jogos passados que, por obra da Minos, são atraídos para um novo jogo, um Jogo dos Campeões, abrindo para a empresa a chance de faturar ainda mais com os apostadores.

Depois das críticas mistas e de uma final que deixava claro uma continuidade, Escape Room teve sua sequencia confirmada em 25 de fevereiro de 2019, com a volta de Adam Robitel na direção, Bragi F. Schut no roteiro e Neal H. Moritz como produtor confirmada, a sequência prometia colocar Zoey e Ben novamente nos jogos da Minos, mas talvez ninguém esperasse o resultado mostrado na sequencia. Com estreia inicialmente agendada para 17 de abril de 2020, o longa acabou entrando na lista dos atingidos pela pandemia e só foi lançado em 16 de julho de 2021 nos Estados Unidos e em 16 de setembro de 2021 no Brasil. Repetindo o feito de não saber desenvolver o potencial da sua premissa, o longa oferece muitos momentos de tensão cativantes e uma construção emocional que nos conecta com uma extrema facilidade com seus personagens, mas ele aposta pesado na hora de, em seu lançamento, apresentar duas versões para o mesmo filme. Lançado no cinema e em VOD, o longa possui duas versões absolutas, suas duas versões tem uma introdução, de cerca de 5 minutos, própria e acabam culminando num ato final, de cerca de 30 minutos, que joga a trama para caminhos totalmente diferentes, caminhos que não só dividiram o publico como a critica.

Enquanto a versão de cinema constrói uma narrativa que soa repetitiva em certos pontos e deixa muita confusão e perguntas no ar, a versão de VOD (que segundo membros do elenco era a ideia original, sem as refilmagens que foram usadas na versão do cinema) começa a expandir a mitologia ao nos apresentar Claire, uma personagem cheia de camadas prontas para serem exploradas em tela, uma personagem tão dúbia que não nos permite lê-la e nos arrebata com a maravilhosa performance de Isabelle Fuhrman. A personagem de Fuhrman é claramente a melhor adição ao filme, nos deixando com vontade que a versão do VOD seja escolhida como a canônica e sua proposta de sequencia seja aquela usada num possivel terceiro longa. Taylor Russell e Logan Miller, que são os únicos remanescentes do elenco anterior, surgem muito mais expostos, deixando de lado aquela aura tímida que fez os dois personagens serem pouco desenvolvidos no filme anterior, o que só ajudou a construir melhor suas personalidades. Enquanto Taylor vive uma Zoey muito mais decidida, atenciosa e revoltosa, o Ben de Logan está mais sereno, ele é mais protetivo e parece ver em Zoey a razão dele para suportar as sequelas dos jogos. Infelizmente os outros campeões não tem espaço para se desenvolver satisfatoriamente, o que pode ter sido uma consequência do foco em desenvolver os três antagonistas (dois para cada versão).

Intenso na medida certa, Escape Room 2 é uma diversão passageira para os fãs de suspense, que pode até deixar uma marca e ser assistido várias e várias vezes, mas acaba sendo mais do mesmo em várias cenas. Com desafios que conseguem ser toscos em certos momentos, a nova produção repete a formula do primeiro filme e tenta desenvolver seu enredo para expandir uma mitologia que mal é explorada, o que nos leva a duas versões que resultam em filmes completamente diferentes e abre brechas para sequencias igualmente distintas e que não podem coexistir. Sendo previsível até certo ponto, o novo filme parece beber muito nas referencias a Em Chamas, mas não consegue ser tão bem desempenhado quanto o livro de Suzanne Collins, deixando a cargo de Fuhrman a missão de salvar o filme, uma coisa que acaba prejudicando a versão do cinema, onde sua personagem nem existe.

“Isso aqui então é o que? O torneio dos campeões?”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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