Crítica | Esta é a Sua Morte – O Show (This Is Your Death)

Nota
4

Adam Rogers apresenta um reality competitivo onde mulheres concorrem pelo amor de um milionário, e está na final, onde o homem deve escolher entre duas das finalistas para se casar, mas tudo muda quando a perdedora se revolta e começa a atirar em todos e se suicida no final.

Essa atitude tem vários impactos, Adam se torna um herói ao proteger sua equipe e tentar evitar o tiroteio e o episodio se torna o mais assistido, bombando a audiência do canal e de todos os programas que falam sobre o caso. O problema é que essa audiência sobe a cabeça de Ilana, a produtora do show, que logo resolve criar um programa para exibir suicídios ao vivo.

Adam se nega a mostrar suicídios só por mostrar e em seu primeiro programa inicia um caminho sem fim para a destruição de seu caráter. Uma mulher vai ao piloto para se matar por apanhar do seu marido, e o apresentador pede doações para salvar a vida da filha da suicida, e ao conseguir 3 mil dólares e um segundo lugar na audiência, ganha uma temporada completa do show. E eis que ele da um passo mais ao fundo do poço ao decidir que todo programa terá 3 mortes e uma delas, votada pelo publico, irá ganhar 5 mil reais, transformando o reality numa competição de mortes.

Um filme que critica a sociedade atual, Esta é a sua morte fala da forma como público atualmente é apaixonado pela degradação de outros na televisão e na internet, eles gostam de ver uma luta sangrenta ou um escândalo publicitário para se entreter e é aí que o argumento selvagem do longa se baseia. Adam Rogers quebra barreiras ao colocar no ar o game show que ultrapassa todos os limites imaginados dos programas de TV, tudo para fazer o seu reality show se tornar o número um no ranking da audiência, o que faz ele perder totalmente sua humanidade.

Mas apesar de Adam ser o protagonista do longa, o filme não se trata só dele, temos ainda as tramas de Mason e Karina. Mason Washington é um pobre homem que tem dois empregos para pagar todas as despesas de sua casa, que está prestes a ser tomada pelo banco, ele acaba conhecendo o programa enquanto trabalha como faxineiro do canal de Ilana, e acaba xingando Adam por ser tão cruel, mas será que o suicídio ao vivo não poderia ser a sua chance de ganhar uma bolada capaz de salvar toda a sua família?

Do outro lado temos Karina Rogers, a irmã de Adam, uma técnica em enfermagem que sofre de depressão e luta contra a dependência química, Adam vive em função dela, de poder dar a ela uma vida melhor, de pagar todas as suas contas, mas ela enxerga da desvirtude surgindo em seu irmão e precisa achar uma forma de fazer ele notar o que está se tornando.

O longa é protagonizado por Josh Duhamel, que faz o papel de Adam de uma forma totalmente inter textualizada, vemos ele se afundar moralmente no papel do apresentador e passamos por uma experiencia totalmente palpável com o final protagonizado por Duhamel e por Sarah Wayne Callies, que além de ser capaz de tornar o final espetacular, dá um tapa na cara da sociedade com o discurso que ela dá a seu irmão, ela consegue incorporar a fragilidade de sua personagem e rouba a cena.

Temos ainda Giancarlo Esposito, que na pele de Mason nos faz ver bastante sobre a vida real e o quanto ela pode ser sofrida, um papel incrível que fica ainda melhor se pensarmos que Esposito além de ser um dos protagonistas é ainda o diretor e o produtor do mesmo. Famke Janssen faz o papel de Ilana e consegue ser extremamente fria e odiosa, mas tem pouco tempo de tela, o que talvez seja um dos problemas do longa, não explorar a idealizadora do tal show.

Um longa cheio de cenas pesadas, tratando de uma assunto extremamente delicado e que no fim das contas acaba sedo emocionante, uma experiencia imperdível que nos ajuda a refletir sobre o destino que a nação e o entretenimento podem ter.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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