Crítica | Gente que Vai e Volta (Gente que Viene y Bah)

Nota
3

Bea (Clara Lago) é uma arquiteta bem sucedida que tem a vida perfeita e o homem perfeito porém, após ser pedida em casamento, ela descobre que está sendo traída pelo seu namorado, Victor (Fernando Guallar), e decide voltar para sua casa em busca de um recomeço, sentindo necessidade de se reencontrar, ela passa por diversos problemas com sua família e descobre o real motivo da palavra recomeço, dando a chance a novas histórias e novas experiencias em sua vida.

As fofocas correm soltas na empresa de arquitetura onde Bea trabalha, por isso ela acaba descobrindo da pior forma sobre a traição, o que a faz perder seu controle emocional em uma de suas apresentações mais importantes da empresa e, consequentemente, ser demitida. A culpa de Victor acaba o levando a ir atrás de sua amada Bea e, posteriormente, o faz entrar em conflito, após conhecer novas histórias.

Voltando a morar com sua excêntrica família, Bea descobre que sua mãe tem pouco tempo de vida, o que deixou toda a  sua família devastada, enquanto isso a matriarca busca viver da forma mais alegre possivel, tentando manter seus filhos unidos para que, após sua partida, eles trilhem seus caminhos juntos.

O roteiro de Dario Madrona e Carlos Montero é baseado em um livro de Laura Norton e, ao mesmo tempo que segue pelos caminhos clichês, também se atreve, ainda que timidamente, a se aventurar por outros rumos, mesmo que eles, por muitas vezes, deixam pequenos buracos perceptíveis.

A fotografia do longa sofre grandes variações de tons quentes com cores fortes e marcantes, o que funciona com a casa no campo da família de Bea, pois deixa a ambientação com um toque mágico. A comédia romântica espanhola lançada pela Netflix mostra um típico enredo previsível, o que, em certos pontos, faz com que o longa não funcione de uma forma original, mesmo que tenha base em um livro. Seus atores se arriscam durante a trama mas, mesmo com o esforço feito, o projeto parece ser igual a todas as outras comédias românticas.

Mesmo tendo a vida perfeita, Bea acaba entregando de bandeja o seu casamento, seu emprego e toda sua vida perfeita, que demandou um trabalho duro para conseguir, ela dá a entender muitas vezes que precisou estragar tudo para encontrar certa felicidade e se encontrar na vida, o que lhe deu oportunidade de explorar novos trabalhos com arquitetura na sua cidade natal, se apaixonando novamente e conhecendo novas histórias, Bea vai entendendo tudo aos poucos e se construindo como mulher madura.

A principal mensagem do longa espanhol é que precisamos recomeçar de diversas formas, tentar e nunca desistir, pois, mesmo com toda a tristeza que passou, Bea conseguiu se reerguer, viver um novo amor, ficar ao lado de sua família e se conectar consigo mesma para que, assim, pudesse se entender. O longa mostra diversos pontos fracos, inclusive no roteiro e na atuação de alguns atores, porém sua história é cativante e leva o expectador a sentir empatia com a protagonista durante o longa.

 

https://www.youtube.com/watch?v=FoGgy71Y30o

Formado em Letras, atualmente cursando Pós-graduação em Literatura Infantil, Juvenil e Brasileira. Sentindo o melhor dos medos e vivendo a arte na intensidade máxima. Busco sentir histórias, memórias, escrever detalhes e me manter atento a cada cena no imaginário dos livros ou numa grande tela de cinema.

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