Crítica | Guardiões da Galáxia: Especial de Festas (The Guardians of the Galaxy Holiday Special)

Nota
4

“E foi assim que o Yondu destruiu o Natal”

Está chegando o Natal na Terra, o que deixa os residentes de Luganenhum tocados, principalmente pela possibilidade de saber mais sobre essa festividade diretamente de um terráqueo legitimo, Peter Quill, criando uma atmosfera que deixa Mantis envolvida. Com o peso na consciência por não poder contar que é a irmã de Peter, por medo de isso estragar a proximidade que criou com ele, ela decide dar a Peter o maior presente de natal que poderia imaginar: Kevin Bacon, seu ídolo da Terra. Agora, junto com Drax, Mantis se lança em uma jornada à Terra para conhecer o significado do natal e capturar o presente de Peter.

Entregando muito mais do que esperávamos, a Marvel chega com seu segundo especial, dessa vez unindo os divertidos Guardiões da Galáxia com o espirito do Natal. Com seus 40 minutos, a produção brinca com a ignorância que Drax e Mantis possuem dos costumes da terra, se impressionando com as decorações de Natal, se empolgando com os cosplays de Hollywood e não tendo noção do que realmente estão fazendo ao invadir uma propriedade privada para sequestrar seu proprietário. De forma inesperada, o longa consegue capturar a magia do Natal, principalmente pela forma como a energia anárquica de Drax e Mantis parece se encaixar perfeitamente com o talento cômico e dramático de seus interpretes. Infelizmente o filme parece economizar em seu flashback, trazendo cenas animadas que parecem não entregar o melhor que poderíamos esperar da Marvel, principalmente se levarmos em consideração o padrão visual de What If.

Pom Klementieff se projeta maravilhosamente ao trazer os dilemas profundos de Mantis, finalmente é confirmado (para a alegria dos fãs) que Mantis e Quill são meios-irmãos, e forma como essa verdade pesa para Mantis, principalmente por saber o quanto Quill sofreu com Ego, em contraste com a preocupação fraternal que ela carrega, ao enxergar a dor que Peter ainda abriga pela perda de Gamora, é a força motriz para as ações da personagem. Já a forma como Dave Bautista se compromete a ajudar Mantis, fortalecendo ainda mais a relação dos dois, propicia maravilhosas cenas de interação e conexão entre os dois, um companheirismo palpável que permite Mantis revelar uma faceta mais responsável, principalmente quando vemos a centelha moral surgir após Drax capotar um carro e ela se preocupar com os passageiros, tentando compensar o infortúnio.

A participação de Kevin Bacon é a cereja do bolo, ele nos presenteia com todo o seu carisma, sua versatilidade e contracena bem com a dupla protagonista. Trazendo a confirmação da existência da DC dentro do MCU, o ator parece ter sido um artificio de James Gunn para brincar por sua presença nas duas empresas, o que só torna a cena ainda mais engraçada. Outra grande participação é a de Old 97’s, que não só tem duas músicas na trilha sonora do filme como surgem na produção como um grupo musical alien de Luganenhum, nos presenteando com as divertidas ‘I Don’t Know What Christimas Is (But Christimastime Is Here)’‘Here It Is Christimastime’. A forma como o longa aproveita para aproximar Cosmo da equipe e nos apresenta uma nova fase do Groot, que acredito que pode facilmente ser chamado de Groot Marombado, dá uma sensação de interlúdio para a trama, de que estamos vendo informações que podem ter importância para o vindouro terceiro filme da equipe, mesmo que fique claro o tempo todo que o longa não se preocupa realmente em criar uma base para o futuro. Como se não bastasse, temos uma possivel participação não credita de Mark Hamill, que deixou muitos fãs ligados na possibilidade de ele poder estar interpretando Papai Noel, que nos quadrinhos é um Mutante Ômega.

Nostálgico e divertido, Guardiões da Galáxia: Especial de Festas é exatamente aquilo que promete, um especial de Natal, sem a preocupação de promover uma próxima produção, nem mesmo em seu pós credito. Fugindo dos padrões Marvel, Gunn cumpre sua promessa ao trazer a primeira produção da Marvel sem vilões, entregando um material feito para os fãs de Drax e Mantis, cheio de nuances que ajudam na evolução da dupla e pequenas referencias para divertir os fãs da Marvel. Talvez esse seja o novo mote da Marvel, expandir suas histórias em filmes de curta duração, que vão direto ao ponto, para desenvolver seus personagens mais a fundo nos longas-metragens das telonas, deixando um saudosismo no ar que pode facilmente deixar o especial numa categoria de clássicos do MCU. O que se conclui no final, é que o especial é uma produção extremamente divertida, ótima para curtir com a família, e que vai agradar a qualquer um, seja fã da Marvel ou não.

“Eu não sei o que é Natal, mas o Natal chegou!”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *