Crítica | Halloween – A Noite do Terror (Halloween)

Nota
4.5

“Gatos pretos, duendes, bruxas e fantasmas.
Milhares de bruxas que incomodam a gente.
Se acham que dão medo, eles tem razão”

Em 1963, na noite de dia das bruxas de Haddonfield, Illinois, Michael Myers, um garoto de 6 anos fantasiado de palhaço, assassinou Judith Myers, sua irmã mais velha. Quinze anos depois, Myers foge do hospício perto do dia das bruxas, e uma nova onda de sangue está prestes a começar, tudo em volta de Laurie Strode, uma colegial de 17 anos que não sabe o que lhe espera.

Com roteiro de John Carpenter Debra Hill, e direção do próprio Carpenter, Halloween foi criado a pedido do produtor de cinema independente Irwin Yablans e do financista Moustapha Akkad, que pediram a Carpenter um filme mostrando um um assassino psicótico que perseguia babás na véspera de Halloween, algo que acabou sendo mesclado com a ideia de Carpenter de basear seu roteiro na velha lenda da casa mal-assombrada do fim da rua, onde sempre havia rumores de que alguém morreu ou enlouqueceu, um misto de elementos que fez surgir o icônico Michael Myers. Com um roteiro base feito em 10 dias, com ajuda de sua então namorada, Hill, Carpenter criou uma obra capaz de ir fundo na história do cinema, cheio de referencias ao terror da época e a Hollywood, e capaz de ter o mesmo impacto que The Exorcist. Foi assim que estreou, em 25 de outubro de 1978, uma obra que marcou o cinema, e que hoje é reconhecido como um marco histórico, cultural e estético.

Por conta do baixo orçamento do filme, Carpenter só pôde colocar um ator famoso no filme, Donald Pleasence, completando o seu elenco com atores pouco conhecidos para não estourar seu orçamento. O que ele não esperava era que, por um acaso do destino, quem roubaria as atenções seria um dos atores pouco conhecidos, ou melhor, atriz: Jamie Lee Curtis. Jamie foi escolhida simplesmente por ser a filha de Janet Leigh (a estrela de Psicose), mas mostrou em tela que herdou muito bem os dotes de sua mãe, chamando a atenção e tornando Pleasence praticamente desnecessário no decorrer do longa. A Laurie de Jamie é o contraponto perfeito para o Myers de Nick Castle, uma garota decidida, forte, contida e incrédula, que está pronto para lutar com unhas e dentes pela sua vida contra o frio, poderoso e obscuro assassino, ela passa a ser perseguida por Myers por um acaso do destino, mas acaba encorporando rapidamente todos os elementos de uma Final Girl, algo que mostra toda a força que a atriz possui, e leve às alturas a produção tão desacreditada.

Complementando a atmosfera do longa, tivemos uma maravilhosa trilha composta e interpretada por John Carpenter, basicamente composta por uma melodia de piano tocada, que junto com a direção de arte de Tommy Lee Wallace e a edição de Charles Bornstein fizeram da produção uma obra de arte tremenda. Apesar de ter sido um fracasso de critica em sua estréia, Halloween claramente é um exemplo de filme que envelheceu bem e acabou por ser considerado como um dos precursores dos filmes com serial killers, com suas falhas de roteiro e clichês do gênero acabassem passando praticamente imperceptíveis, e se tornando claro o talento de Carpenter e do seu elenco, elevando Halloween ao patamar de filme cultuado por uma imensa legião de fãs, assim como seu realizador.

“- Era o bicho papão?
– Para todos os efeitos, era.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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