Crítica | Happy Hour – Verdades e Consequências

Nota
1

Após um acidente, Horácio  muda completamente suas perspectivas de vida e decide confessar para sua esposa, Vera, que deseja ter relações com outras pessoas, embora ainda queira continuar o casamento.Confusa e passando por um momento profissionalmente complicado, ela não gosta da ideia, mas percebe que precisa, mais do que nunca, continuar seu casamento.

Na próxima quinta-feira (28) estreia nos cinemas brasileiros o drama Happy Hour – Verdades e Consequências. A produção nacional em parceria com o cinema argentino tenta trazer consigo um estudo das relações contemporâneas num âmbito de uma sociedade onde todas as ações são julgadas, muitas vezes de formas rasas, e onde é preciso se pensar: até que ponto podemos ser honestos? Até onde se pode ter uma comunicação aberta com o seu parceiro? O quanto isso afeta a vida emocional e profissional de uma pessoa?

Pois bem, o longa dirigido por Eduardo Albergaria tenta trazer ao espectador a história do casal Horário e Vera. Casados há vários anos, o argentino é um professor de faculdade e sua esposa uma deputada do Rio de Janeiro. Tudo começa a mudar na vida do casal quando o professor descobre estar sentindo uma grande atração por uma de suas alunas; ele então, tenta conversar abertamente com sua esposa sobre o assunto, com o intuito de que ela lhe permita seguir com seus desejos carnais. Enquanto isso, a deputada acaba sendo atraída para uma campanha na qual decidem que ela será candidata a prefeita da cidade.

A premissa de Happy Hour até parece interessante… Para a sociedade atual, seria bem interessante tratar de um tema como esse em uma produção cinematográfica. Todavia, o que temos aqui é um longa que não consegue escapar muito dos clichês, como, por exemplo, o professor que está deprimido com sua relação e acredita piamente que, se conseguir a autorização da sua mulher para ficar com outra pessoa, sua vida e sua criatividade irão retornar. Não apenas os clichês, mas toda a ambientação do filme parece fora do tom. O longa começa apresentando a história de um bandido aranha na cidade que, por algum motivo, não muito bem explicado, e o professor é considerado um herói no momento em que o bandido cai em cima do seu carro, e é preso pela polícia.

O desenvolvimento do conflito entre os protagonistas da história é seguido das formas mais previsíveis possíveis. Enquanto a esposa está relutante em aceitar a ideia do seu marido, ela acaba tentando fazer ciúmes a conjugue com outro argentino. Além disso, todo o arco dela no âmbito da política é desenvolvido de forma muito branda, sem nenhum peso realmente importante para a história.

Com uma história cheia de clichês e desenvolvimento raso, Happy Hour não consegue responder às perguntas que tratou de apresentar ao seu público e, com um ritmo lento, acaba entediando mais do que entretendo. As atuações de Pablo Echarri e Letícia Sabatella, apesar de serem sólidas, são pouco para um filme que poderia ter sido muito mais audacioso e muito mais atual.

 

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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