Nota
4

“Living in my own world
Didn’t understand
That anything can happen
When you take a chance…”

Na véspera de Ano Novo, em meio da festa juvenil, dois jovens são meios que obrigados a cantar no karaokê para uma pequena multidão. Enquanto se sentem desconfortáveis com toda a situação, Troy Bolton e Gabriella Montez sentem uma ligação inexplicável que mostra o início de algo novo que nenhum deles estava preparados, mas o momento mágico passa e eles precisam voltar a suas vidas.

O que eles não esperavam é que uma semana depois fossem se reencontrar; Gabriela como a nova estudante do East High School e Troy como o jogador mais popular da escola. Determinada a não ser mais a garota gênio que muda de escola constantemente, Gabriella se vê presa na detenção com Troy e mais alguns garotos da sua classe pelo uso de celular na aula da Sra. Darbus.

Enquanto constroem os cenários para o musical de inverno, o casal descobre uma ligação forte com a música e decidem participar do teste vocal. Mas eles estão prestes a descobrir o caos que isso pode significar para o status quo da escola, quando se misturam seus desejos com sua realidade escolar. Enquanto tentam conciliar o campeonato de basquete, a competição acadêmica e o teste vocal, Gabriella e Troy descobrem algo tão poderoso que pode fazer com que mudem de vez tudo o que conhecem.

É impossível ter crescido nos anos 2000 e não conhecer o sucesso estrondoso causado por High School Musical. Produzido pelo Disney Channel, o longa está longe de fugir dos clichês adolescentes que conhecemos de tantas tramas da década, mas está enganado quem considera que isso podea prejudicar o filme. Embora seja previsível em seus dramas adolescentes, o longa consegue ter um ponto bastante positivo: estabelecer uma forte ligação com o público.

Dirigido por Kenny Ortega (Abracadabra), o longa foca bem em seu tema central e desperta a empatia dos telespectadores. Ortega sempre foi conhecido por ter uma linguagem mais jovem e fala bem com seu público-alvo, e isso fica evidente no filme. Seja pelos dramas adolescentes ou por não saber bem qual o seu lugar no ambiente escolar, criamos uma empatia notável com a jovem Gabriella logo de cara. Quando todos guardamos nossas vontades e segredos com medo de sermos julgados e condenados por isso.

Gabriella (Vanessa Hugdes) é doce e sensível e, por ainda não entender a mecânica dos colegiais, ela bagunça todo o status quo já preestabelecidos. Grupos que nunca deviam conviver ou dialogar começam a colidir por causa de suas decisões e assustam a introvertida protagonista. Aos poucos, ela começa a criar uma nova força, a lidar com sua timidez e a aceitar seu talento para mostrar ao público. Troy (Zac Efron) está preso em um dilema, enquanto tenta conhecer melhor a curiosa garota que encantou seu coração, ele se vê cada vez mais ligado com a música e o espetáculo. Tentando manter sua reputação, ele se vê em uma batalha interna para descobrir se deve permanecer com a cabeça no jogo ou seguir seu coração.

O engraçado é que até mesmo os amigos dos protagonistas agem como vilões e colocam suas vontades contra a escolha pessoal dos mesmos. Chad (Cobin Bleu) é o melhor amigo de Troy e insiste em tentar cortar os sonhos do amigo por não pegar bem e prejudicar o andamento do time. Já a Taylor (Monique Colerman) está mais ficada em ser bem sucedida em sua competição do que na felicidade de sua amiga, chegando a armar contra a mesma para destruir o relacionamento deles. Então, chegamos aos antagonistas: Sharpay Evans (Ashley Tisdale) é exagerada, mimada e traiçoeira. Nunca foi acostumada a receber um “não” e sempre conseguiu o que queria com um estalar de dedos. Fabulosa e bastante caricata, a vilã conquista nossa vontade de amar e odiá-la, e nos faz desejar ainda mais sua presença na tela; e o Ryan Evans (Lucas Gabreel) é um boneco manipulado pelas mãos hábeis da irmã e não apresenta grande crescimento no primeiro longa da franquia.

Os números musicais são esplêndidos e colam bem na mente. É impossível assistir ao filme e não sair cantarolando. Acostumado a dirigir clipes musicais é aqui que Ortega verdadeiramente brilha, com números bem coreografados e bons jogos de câmera, que nos fazem sentir como se estivéssemos em um clipe, e nos explica bem nossa integração com os personagens.

Começamos com a ótima Start Of Something New, que mostra a ligação dos protagonistas. Entramos na ritmada Get’cha Head In The Game explorando os dilemas pessoais de Troy. Chegamos a quebra do status quo quando enfrentamos a Stick To Status Quo, onde todas as barreiras começam a ser quebradas e conhecemos os sonhos inusitados dos personagens, mostrando-nos que todo mundo tem uma paixão secreta e trazendo uma crescente ao longa. Sharpay e Ryan nos apresentam a empolgante Bop to the Top e chegamos a libertação total na arrepiante Breaking Free, mas o ponto alto do filme está na sua finalização com a memorável We’re All This Together, mostrando que não importa o que aconteça, nós somos mais fortes juntos.

Repleto de clichês e sem grandes pretensões, High School Musical chegou aos poucos e conquistou uma legião de fãs, assim como um sucesso estrondoso que fez seu roteiro clichê se tornar memorável e arrecadar o coração e ganhar às tardes de uma geração inteira. A produção nos mostrou que devemos aceitar nossos desejos e ser quem somos; afinal, nós estamos nessa juntos…

“We’re all in this together
Once we know
That we are
We’re all stars
And we see that
We’re all in this together
And it shows
When we stand
Hand in hand
Make our dreams come true”

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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