Crítica | Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (Spider-Man: No Way Home)

Nota
5

“É isso mesmo pessoal! Homem-Aranha é de fato o Peter Parker!”

Depois que Quentin Beck revelou para o Clarim Diário a verdadeira identidade de Peter Parker/Homem-Aranha, sua vida se tornou um caos completo, fazendo o herói ser perseguido pela policia, pelo controle de danos, pela justiça, pela imprensa e dividindo a cidade entre os pró-spider e os pró-mysterio. Mesmo com o passar do tempo, o impacto da revelação ainda causava danos, como ser o motivo de Peter, NedMJ serem rejeitados pelo MIT, uma situação que foi a gota d’água e fez Peter procurar Stephen Strange para resolver os problemas, mas quando o feitiço de apagar memórias dá errado, vários vilões de outros universos são sugados para a realidade da dupla.

O fim da trilogia do Homem-Aranha no UCM não poderia ter vindo num momento melhor, depois dos eventos de LokiWandavision, a abertura do Multiverso também foi a oportunidade para um monstruoso fechamento da história. Ao fim de Venom 2, tivemos um pequeno gostinho do que estaria por vir, e veio com tudo em 15 de dezembro de 2021 o lançamento da reunião do menino-aranha da Marvel com os maiores vilões da história dos filmes do Homem-Aranha: Duende Verde (Willem Dafoe), Lagarto (Rhys Ifans), Electro (Jamie Foxx), Doutor Octopus (Alfred Molina) e Homem-Areia (Thomas Haden Church), e acredito que a reunião superou e muito as expectativas do público. Dirigido por Jon Watts, o longa é literalmente um fechamento de um ciclo para a historia do Peter Parker, assim como vimos ele evoluir do decorrer dos filmes, passando a cada novo ano por uma nova série, a busca pela faculdade simboliza seu ponto de virada, seu amadurecimento, e esse longa é o maior exemplo de filme coming-of-age da Marvel, podemos facilmente falar que os filmes de apresentação de cada herói foram moldando seus personagens num amadurecimento até se tornar herói, mas a Marvel sempre nos entregou um Peter incompleto, ele era novo demais para ser responsável, até esse filme.

O papel de Tom Holland nesse filme assume um novo patamar, depois de Peter ter conseguido a namorada dos seus sonhos, entrado para os Vingadores e enfrentado inúmeros desafios, ele precisa se transformar completamente no Peter Parker das HQs, e esse filme é com certeza o ponto de ignição para essa transformação, em meio a várias piadas, um show de referencias e muita tristeza, vemos Holland crescer junto com seu personagem, entregando com suor, sangue e lagrimas muito mais do que esperávamos da essência de ser Homem-Aranha. O mesmo brilho, de forma menor, pode ser vista em outros personagens do longa, como é o caso de Molina que passa por uma evolução sublime através de seu Otto, ele, assim como os outros vilões, foram trazidos de seus universos momentos antes de sua morte, e estar num novo mundo dá novas chances de vilania e de redenção, acredito que o personagem de Molina é um dos que vive a maior redenção do longa, muito maior do que a que ele viveu em Homem-Aranha 2, nos dando a chance de ver como um simples ato de afeto pode mudar o mundo. Willem Dafoe é outro show de atuação do longa, ele não é apenas o Duende Verde, ele também é Norman Osborn, numa atuação impecável que nos apresenta as duas visões sobre esse novo mundo, a busca do Duende em dominar esse novo universo e a busca de Osborn por se encontrar, por fugir daquele que aterroriza a sua mente.

Nos presenteando com uma trama que parece uma montanha russa de emoções, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa brinca com as diversas possibilidades abertas pelo multiverso e nos mostra o verdadeiro significado de responsabilidade e da essência de um filme de herói, ele nos brinca com suas referencias e com seu elenco de uma forma a alegrar o fã que existe dentro de cada um de nós, superando nossas expectativas com a experiência épica que carrega. É impossível não concluir que esse é o fim de uma fase para o inicio de outra completamente nova, que aparentemente será melhor, principalmente sabendo que já foi confirmada uma segunda trilogia para o herói, algo que seria inevitável depois do estrondoso sucesso que o longa vem tendo desde sua pré-venda, nos fazendo lembrar dos maravilhoso blockbusters da era pré-pandemia. O fim da primeira trilogia de Holland é a prova do poder que existe em um símbolo, é a prova de que o Homem-Aranha (personagem), que abriu portas em 2002 e se tornou um marco para os filmes de herói serem o que são hoje, encontrou um novo marco em sua história de adaptações, e que aquele que era considerado um dos Homem-Aranhas mais ‘nutella’ está pronto para iniciar sua nova trilogia sendo o Homem-Aranha original, aquele que víamos nas HQs e que sempre nos identificamos.

“Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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