Crítica | Homem-Formiga (Ant-Man)

Nota
4

“Não deixe que seu passado determine o futuro.”

Scott Lang (Paul Rudd) é um talentoso ladrão, que acaba de cumprir três anos de detenção após roubar seu antigo empregador para recompensar as vítimas do mesmo. Determinado a reconquistar seu direito de visitar sua filha, o rapaz tenta reconstruir sua vida e se manter longe de qualquer problema que o leve de volta a prisão. Mesmo morando com um ex-colega de cela, Luis (Michael Peña), Lang recusa terminantemente qualquer “trabalhinho” que ele possa oferecer… ao menos até ser demitido de seu novo emprego por conta de sua ficha criminal.

Usando suas habilidades, Lang se une a Luis, Dave (T.I. Harris) e Kurt (David Dastmalchiam) para invadir e arrombar um velho cofre na casa de um milionário aposentado. O que eles não esperavam era encontrar o cofre vazio, guardando apenas um estranho traje em seu interior. Desanimado com o fracasso, Lang decide experimentar o traje e se vê encolhido ao tamanho de um inseto. Aterrorizado com a experiência, o ladrão tenta devolver a armadura apenas para ser preso no ato.

De volta a cela, Lang descobre que tudo foi um plano orquestrado pelo brilhante Hank Pym (Michael Douglas), que precisa da ajuda dele para um pequeno serviço. Criador de uma poderosa formula e expulso de sua própria empresa, Pym precisa impedir que seu antigo pupilo, Darren Cross (Corey Stoll), replique sua invenção. Para isso ele precisa das habilidades de Lang para roubar a nova tecnologia e impedir que a mesma caia nas mãos erradas.

Após o grande evento central da segunda fase do MCU ter sido executado no longa anterior, a Marvel Studio precisava acalmar os ânimos e introduzir sua última peça para o que estava por vir. Tendo em mãos um sucesso grandioso através de um grupo de heróis desconhecidos do grande público, o estúdio decidiu arriscar mais uma vez e apostar suas fixas em um herói importante nas HQs que nunca conseguiu migrar para o primeiro escalão da editora.

Dirigido por Peyton Reed, Homem-Formiga é o despretensioso longa que finaliza a segunda fase do estúdio. O longa tem plena ciência de que está longe de ser o mais elaborado, descolado e revolucionário filme da estúdio, e é exatamente por isso que ele torna-se tão agradável aos olhos do público. Utilizando de suas metáforas abrangentes, o roteiro aproveita o macro para aprimorar o micro, trazendo ótimos balanceamentos ente seus personagens e acertando em cheio naquilo que se propôs.

A alma do filme é consciente do carisma dedicado de seu elenco, além das sacadas geniais da metalinguagem que acompanhamos durante seus 117 minutos de duração. São inúmeras as abordagem ressignificadas utilizadas no longa, seja por uma longa conversa que leva a momentos hilários e bem pensados, ou no próprio conceito físico que o longa derrama sobre seu público, trazendo ótimos momentos para a trama.

Paul Rudd entrega um ótimo protagonista. Seu Scott vai de um humor pateta a uma força de vontade abissal, conquistando o público com todo seu carisma e desenvoltura e trazendo tudo aquilo que a trama precisava. É seu arco que conduz a trama, e é através dele que encaramos os dilemas colocados ali. Michael Douglas entrega uma sobriedade mais concisa, mostrando alguém mais vivido e centrado naquilo que pretende fazer. Hank Pym serve como mentor na jornada do herói, trazendo ótimas camadas ao enredo e expandindo ainda mais o universo compartilhado.

Hope Van Dyne (Evangeline Lilly) mostra uma personalidade mais rígida e impenetrável, de alguém que perdeu a fé na pessoa que mais admirava e mesmo assim insiste em ser reconhecida por seus atos. Sua personalidade vive uma balança constante entre a fria e mortal empresária e a filha desequilibrada emocionalmente, que precisa se provar o tempo todo até encontrar um novo ponto de vista sobre a questão que a atormenta.

Michael Peña rouba totalmente a cena desde seu primeiro segundo em tela. Servindo como alívio cômico, Luis tem algumas das melhores sacadas narrativas da trama, arrancando risadas genuínas e se tornando um dos personagens mais memoráveis do longa. É impossível não lembrar do mesmo quando a película acaba. Já Corey Stroll, entrega mais um vilão genérico digno da sessão da tarde, que passa despercebido aos olhos do grande público e não agrega, em nada, para a trama em si. Sua participação chega a destoar do resto da trama, se tornando intragável em vários momentos.

Divertido e empolgante, Homem-Formiga finaliza bem o segundo arco do universo Marvel, dando uma pausa merecida aos fãs ao mesmo tempo que prepara o terreno para as emoções vindouras. Abrindo um novo leque de possibilidades, o longa chega como quem não quer nada e entrega o que é preciso, nos afastando de seus próprios dilemas enquanto acompanhamos seu microcosmo espetacular que se mostra promissor desde o primeiro segundo.

“É sua chance. A chance de ver esse olhar na sua filha. De ser o herói que ela já acha que você é. Não é sobre salvar o nosso mundo, é sobre salvar o delas.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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