Crítica | Hotel Transilvânia (Hotel Transylvania)

Nota
3

Conde Drácula é o proprietário e o criador do Hotel Transilvânia, um hotel cinco estrelas onde os monstros ao redor do mundo se refugiam para se esconderem dos seres humanos, e onde ele vive com sua filha, Mavis, uma vampirinha que está prestes a completar 118 anos e ser independente. Reunindo alguns dos mais famosos monstros para comemorar o aniversário de Mavis, Drácula acaba criando uma situação que acidentalmente atrai um jovem viajante chamado Jonathan para o hotel, o que coloca o anfitrião numa louca jornada para esconder o humano e organizar uma festa que possa agradar sua filha.

Produzido pela Sony Pictures e dirigido por Genndy Tartakovsky, famoso por Samurai Jack e O Laboratório de DexterHotel Transilvânia é um filme leve, que te dá bons momentos cômicos, com piadas visuais e lição de moral, o suficiente para que o espectador com filho se identifique e para trazer discussões e pontos de vista interessantes, tudo de uma maneira leve. A direção de arte fez questão de inserir cada lenda, personagem de filme terror e monstros com arquétipos e personalidades muito bem definidas, temos a múmia atrapalhada, o Frankenstein bobo e comilão, zumbis lerdos, um lobisomem que é um pai cansado, a esposa do Frankenstein ciumenta, e o Drácula como um pai super protetor, que quer parecer amedrontador a todos mas é um manteiga derretida. Mavis, com um look de adolescente gótica, se mostra um doce que só quer desbravar o mundo, e a relação com o atrapalhado Jonathan, que fica fascinado pelo mundo fantástico que surge a sua frente, só destaca tudo isso.

O hotel é muito bem estruturado, com tudo passagem secretas, túneis, cemitério, torres e até quarto dos vampiros. O longa ainda trabalha ao abranger dentro do termo “monstro” um sinônimo de excluídos, os colocando como pessoas perseguidas pelos seres humanos, que esses sim seriam os monstros vilanescos em certas situações. A relação de Drácula com sua filha é muito bem trabalhada, com as decisões que são tomadas no começo do filme impactando em seu final, provando o poder que um roteiro bem amarrado, mesmo numa comédia leve, pode ter, nos fazendo ficar apaixonamos por cada personagem, pelo jeitinho de Drácula, de Mavis, de Jonathan e de cada amigo monstro do dono do hotel. As cenas de vôo são lindas, a preocupação da fotografia em usar o azul frio nas cenas noturnas, no cemitério e no castelo, e como a presença do fogo ou do sol, com tons de vermelho e laranja, já trazem um calor para a cena. A história cresce junto com as convicções dos personagens e os dramas, em paralelo com cenas musicais típicas de animações e filmes de comédia, um clichê americano mas que parece casar muito bem com o filme.

Na dublagem original temos Adam Sandler como Drácula, Selena Gomez como Mavis, Andy Samberg como Jonathan e CeeLo Green como Murray, escolhas que parecem refletir diretamente no roteiro, visto que é possivel vermos parte dos personagens com uma personalidade muito parecida com a dos seus dubladores. Na dublagem nacional acabamos não tendo a presença de cantores famosos, mas temos Alexandre Moreno, conhecido por frequentemente dublar Sandler, Mauro Ramos Fernanda Baronne, nomes de peso na dublagem nacional. Hotel Transilvânia consegue ser um filme para todos os públicos, fincando um bom público e um sucesso de bilheteria, mas acaba sendo muito genérico, sem trazer algo realmente marcante ou um diferencial como é comum nas animações da Dreamworks e Disney.

 

Formado em cinema de animação, faço ilustrações, sou gamer, viciado em reality shows, cultura pop, séries e cinema, principalmente terror/horror

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