Crítica | Judy: Muito Além do Arco-Íris (Judy)

Nota
3

“O que você vê além desta parede?”

Judy Garland (Renée Zellweger) já foi uma estrela crescente e a queridinha da América mas, devido a seus vícios e a falta de credibilidade que ganhou ao longo dos anos, a atriz e cantora vive uma baixa em sua carreira. Mesmo mantendo o status lendário, a atriz vive de bicos, se vendo forçada a arrastar os filhos mais novos por turnês em pequenas casas de show que mal pagam suas dívidas.

Ela percebe que esta em uma situação sem volta quando, após um desses shows, ela e seus filhos não encontram um lugar para dormir, obrigando a mesma a procurar um de seus ex-alunos para não passar a noite no relento. Determinada a por um fim em sua jornada, Judy resolve estrelar uma turnê em Londres, na boate Talk of the Tow, onde pretende juntar o máximo de dinheiro que conseguir para ter uma casa e reconquistar a guarda dos seus filhos… mesmo que isso a mantenha longe deles por um tempo.

Lá, enquanto enfrenta a solidão e os conhecidos problemas com bebidas e drogas, ela relembra sua trajetória, e de tudo o que deu errado durante o seu caminho ao estrelato. Todo o abuso, privações e sentimentos que marcaram sua alma ao longo desses anos de dedicação ao palco mostrando assim o melhor e o pior da fama que tanto sonhou.

Todo cinéfilo que se preze já se encantou com a fantástica historia de O Mágico de Oz. É impossível não lembrar da icônica voz da Dorothy, ao cantar uma das canções mais memoráveis do cinema em um filme que transformou a indústria e se tornou um clássico. Mas, deixando de lado a mágica jornada no reino de Oz, o que acontece quando uma grande atriz entra em declínio?

Ícone absoluto desde a sua estreia no cinema, Judy é um dos nomes mais memoráveis quando lembramos da sétima arte, e é sobre seu momento mais sombrio que a cinebiografia vira seus holofotes.

Judy: Muito Além do Arco-íris nos conta uma história de declínio e sofrimento, sobre alguém que está no fundo do poço e simplesmente não consegue sair. Para contar essa história, o diretor Rupert Goold fez uma escolha surpreendente trazendo a brilhante Renée para interpretar a atriz. Desde seu primeiro momento de tela, ela encarna a personagem que se mostra a representação do declínio trazendo uma verdade latente em sua atuação e nos entregando um papel memorável.

Absorvendo seus tiques, falas e jeitos é impossível não ver a lendária personagem na tela, nos fazendo indagar se realmente é Renée ali ou uma gravação muito bem feita da atriz em seu pior momento. Renée consegue nos transmitir um profundo vazio, assim como os dilemas fortes que sua personagem passa. Indo genuinamente de medo a alegria, raiva a decepção e trazendo novas camadas a cada nova virada da trama.

Fator ainda mais intensificado pela trilha sonora, composta de grandes sucessos da carreira de Judy, que ajuda a personagem a cada nova canção inserida. As apresentações, tão glamorosa e espetaculares, nos descasca os sentimentos de sua protagonista, acrescentando sentimentos e conflitos à sua personalidade e refletindo seus problemas pessoais ao público presente em cena e aos fora dela. Sofremos com ela, sorrimos com ela e nos tornamos apreensivos cada vez que ela sobe no palco para começar um show.

Judy: Muito Além do Arco-íris é uma referência a uma das maiores lendas de Hollywood, mostrando seu pior momento para os espectadores e nos convidando a observar com maestria a jornada tumultuada de seu declínio. Com uma atuação impecável (que rendeu uma merecida indicação ao Oscar para Renée), o longa nos mostra que, as vezes, o lugar além do arco-íris é mais sombrio do que esperávamos e nem sempre temos sapatinhos de rubi pata nos levar de volta pra casa.

“Não vão esquecer de mim, não é? Prometam que não.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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